Aumenta o número de consumidores com smartphones que testam produtos nas lojas mas compram online. Amazon leva 57% desses clientes
As lojas físicas estão cada vez mais se transformando em meras vitrines para consumidores digitais. Munidos de smartphones, os chamados showroomers experimentam ao vivo os produtos, comparam preços usando apps, fotografam, pedem opinião dos seus amigos online… mas fecham a compra em sites de e-commerce. Tudo isso na frente dos vendedores.
Segundo estudo da Harris Interactive liberado na semana passada, nos Estados Unidos, quem está se dando muito bem com o fenômeno é a Amazon.com: 57% de todos os showroomers acaba comprando um produto com ela.
O estudo mostra que as lojas físicas da rede Best Buy são as principais vitrines dos showroomers, citadas por 23% dos entrevistados. A rede Walmart vem em segundo lugar, citada por 21%, seguida da rede de lojas Target (12%) e Home Depot (6%). Embora todas as lojas citadas tenham suas versões de sites de e-commerce, o estudo da Harris mostra que elas são as que mais perdem para a Amazon.com: 66% dos showroomers da Best Buy, 69% da Walmart e 72% da Target acabam por comprar direto da Amazon os produtos vistos nas lojas físicas.
A pergunta, para lojas e vendedores preocupados é, certamente, como combater o crescimento do showrooming. A sugestão mais óbvia do estudo é estar preparado para oferecer o mesmo preço, na hora da comparação, ao vivo. De fato, 57% dos consumidores ouvidos nos EUA, disseram que prefeririam “muito” ou “possivelmente” fazer a compra na loja física se os preços fossem iguais ou melhores aos pesquisados na Amazon.
Márcio Caputo, vice-presidente do Grupo ASSA, empresa latino-americana de consultoria, diz que os novos consumidores obrigam os varejistas a mudar de estratégia, integrar plataformas e investir na inteligência do negócio. Mas o grande desafio, segundo ele, é como fazer funcionar uma estratégia Omni-Channel (convergência de todos os canais) na prática. “As empresas ainda não definiram direito como planejar e integrar o canal físico com o virtual, levando em conta a mobilidade”, avalia.
Caputo confirma que o fenômeno no Brasil também acelera. As levas de showroomers que entram em lojas físicas, degustam o produto e, por meio de seu smartphone, fazem a compra em um concorrente que oferece o menor preço é cada vez maior. Segundo estudo da IBM, diz ele, 6% dos consumidores já podem ser enquadrados nessa categoria. Dentre eles, 48% vão para as lojas para ver produtos e 33% utilizam seus dispositivos móveis nas lojas.
Para o executivo, um site na internet e uma aplicação no celular é apenas uma parte muito pequena de todo o trabalho que tem que ser feito dentro da estrutura organizacional do varejo. Algumas ferramentas como o Big Data são importantes para o melhor aproveitamento de todos esses canais, ao analisar e processar uma grande quantidade de informações do perfil do consumidor, em busca de mais personalização nos serviços e ofertas.
“Quase 90% dos dados são desestruturados. O canal virtual poderia deixar de ser uma opção caso o serviço oferecido nas lojas fosse diferenciado e convencesse o cliente de que a praticidade da compra naquele momento pode compensar”, completa Caputo.
Por: IDGnow