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Shoppe cresce 7% em acessos no primeiro semestre; Amazon Brasil lidera Share of Search do e-commerce

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista e editor do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Recém-chegado ao e-commerce brasileiro, o Shopee tem registrado um crescimento significativo em 2022. De janeiro a junho, o número de acessos mensais da plataforma chinesa subiu 7%, colocando-a na segunda colocação entre os marketplaces mais visitados do país, segundo dados do Relatório Setores do E-Commerce de junho elaborado pela Conversion. Em paralelo, o e-commerce brasileiro teve baixa de 1,8%.

Close em uma mão feminina segurando um cartão de crédito e a outra teclando em um notebook

No total, segundo a Conversion, o comércio eletrônico brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho. Neste caso, trata-se de uma queda de 1,8% em relação ao mês anterior.

Considerando apenas o mês passado (Dia dos Namorados no Brasil), o Mercado Livre registrou 292,2 milhões de acessos, enquanto os chineses tiveram 202,4 milhões.

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Na esteira da Shopee, outra chinesa vem crescendo mês a mês nessa métrica: a recém-chegada Shein, do segmento de vestuário. A empresa experimentou um incremento de 61% no número de acessos mensais em suas plataformas digitais. Na 10ª colocação do ranking de e-commerces mais acessados do país, a empresa já se aproxima da Netshoes, que se mantém constante na média dos cerca de 38 milhões de acessos mensais.

Junho teve queda de 1,8% em acessos no e-commerce

No total, o comércio eletrônico brasileiro registrou 2,09 bilhões de acessos em junho — queda de 1,8% em relação ao mês anterior. A maioria (52%) deles teve origem em dispositivos móveis. Portanto, quando somado ao fato de 22% virem de apps, consolida o eixo do e-commerce em torno dos smartphones.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, esses dados mostram que as chegadas de marketplaces da China ao mercado nacional têm potencial para reestruturar a concorrência entre os grandes players do mercado de e-commerce. Nessa transformação, fatores como preço, descontos e prazo de entrega são fundamentais. “Os players asiáticos conseguiram identificar uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo. Também criou muito senso de urgência com suas promoções e construiu uma verdadeira experiência de busca de achados, que faz com que as pessoas queiram passar cada vez mais tempo dentro do site e do app”, avalia.

Amazon lidera Share of Search

Por esse ponto de vista, os chineses ainda estão longe de ameaçar as marcas mais procuradas da Internet brasileira. Para fazer essa avaliação do mercado, a Conversion inova ao aplicar o conceito de Share of Search. Neste caso, trata-se da participação no volume de buscas que uma marca tem no Google dentre todas as buscas registradas no segmento em que ela atua. O Share of Search é uma métrica preditiva da participação de mercado, conforme teoria de Les Binet.

Imagem de um gráfico

Share of Search – Marcas do E-commerce brasileiro – junho de 2022 (em %). (Fonte: Conversion)

Nesse sentido, a Amazon é a empresa que possui o maior Share of Search do e-commerce brasileiro. Afinal, 55% de todas as buscas feitas em seu segmento, de Importados, fazem menção diretamente à ela. O mesmo acontece com a Loja do Mecânico, que detém quase metade (46%) das palavras-chaves pesquisadas dentre todas as marcas do segmento de Ferramentas e Acessórios. A Petz, por fim, reúne 44% de tudo o que é procurado pelos usuários que se relaciona ao e-commerce de pets.

Mercado Livre também desponta

Nessa métrica, o Mercado Livre também é tão soberano em seu segmento quanto no volume de acessos do e-commerce como um todo. A empresa possui 28% do Share of Search entre os marketplaces. Está, inclusive, à frente do seu grande concorrente, a americana Amazon, que também briga neste segmento (13,5%), e da chinesa Shopee (11%).

Imagem de um gráfico

Share of Search – Segmento de marketplaces – junho de 2022 (em %). (Fonte: Conversion)

O Share of Search não representa obrigatoriamente a mesma proporção da divisão de receitas do mercado (Market Share), já que se trata de uma métrica preditiva. No entanto, estudos sugerem cada vez mais que os gráficos entre os volumes de buscas na Internet e a divisão das vendas entre as marcas andam em paralelo.

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“Para crescerem, é preciso que as concorrentes sejam mais buscadas. Isso explica não apenas o porquê de a Amazon permanecer soberana no e-commerce de importados, por exemplo, mas também ajuda a entender como os chineses estão conseguindo ganhar mercado no Brasil”, analisa o fundador da Conversion.

Número de acessos expressam sazonalidade

Apesar do Dia dos Namorados, o segmento que mais cresceu em número de acessos em junho foi o de pets. A alta foi de 4,8% em relação a maio, somando cerca de 16,3 milhões de acessos. Neste caso, marcas como Petz, Pet Love e Cobasi ficam entre as mais beneficiadas. Ainda assim, o aumento de 165% nas buscas pela recém-fundada Petvi chamam atenção.

Outros dois segmentos que cresceram no mês foram o de Farmácia e Saúde (3,7%) e o de Educação, Livros e Papelaria (3,1%). O CEO da Conversion nota, porém, como a métrica de número de acessos pode explicar a movimentação do mercado.

“Há uma correlação significativa entre o número de visitas e as vendas de um setor ou de uma marca. Neste caso, contam ainda os dois meses com datas comemorativas importantes para o comércio, o Dia dos Namorados e o Dia das Mães. Ambos aumentam acessos e conversões de alguns setores, como foi o caso de cosméticos”, analisa.

Segmentos em retração

Em direção oposta, e-commerces de produtos infantis retraiu 10,3% em junho, indo de 7,7 milhões de visitas no mês anterior para 6,9 milhões. Portanto, a queda mais expressiva desde fevereiro deste ano, quando somou 6,1 milhões de acessos.

Houve queda ainda entre os segmentos de Casa e Móveis e de Cosméticos (8% em ambos os casos).

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