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CEO da Konduto fala sobre análise de risco de fraudes no cenário dos pagamentos digitais e invisíveis

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Tom Canabarro, CEO da Konduto, falou durante o The Future of E-commerce Payments 2021 sobre como se preparar para as análise de risco de fraudes do futuro, principalmente em um cenário em que as verificações precisam ser cada vez mais rápidas e inteligentes por causa dos pagamentos instantâneos e invisíveis.

A experiência que já faz parte

“No final o pagamento invisível é não ter que tirar a carteira do bolso”, ele explica. E justamente por isso que a experiência tem que ser incrível e fluida para o usuário, pois a concorrência é tão grande que as transações devem ser feitas sem nenhum atrito.

“O atrito faz com que o cliente mude de ideia sobre comprar”, explica Canabarro, “a compra com um clique faz com que o consumidor não precise buscar a carteira ou então tirá-la no meio da rua”, ele completa.

Ele cita como exemplo os dispositivos de pagamento automático como os primeiros a se popularizarem entre os brasileiros. “Apesar de muito nichado e específico, foi uma das primeiras experiências do consumidor neste quesito”.

“Mas os pagamentos invisíveis foram popularizados mesmo pelos aplicativos de viagem, como Uber e 99”, ele conclui.

Para ele, a experiência não para por ai, pois pelos aplicativos de entrega já é possível dar a bonificação ao entregador sem precisar ter dinheiro trocado ou fazer compras em lojas físicas com checkout transparente ou simplificado, como acontece com a Amazon Go.

Além disso, com a pandemia começou um processo de declínio do dinheiro em papel e as operadoras viram um aumento sensível dos pagamentos sem contato.

No transporte público, pelo menos em São Paulo, as pessoas já estão acostumadas com o bilhete único, mas não se dão conta de que isso é um pagamento invisível também.

Como funciona a análise de risco de fraudes?

Devido a essa rapidez e facilidade com que se “esconde” no cotidiano, a verificação do pagamento invisível virou uma questão para as operadoras, ainda mais com o aumento do risco de fraudes e vazamento de dados. Canabarro cita também a possibilidade de ter um cartão clonado ou abuso por parte dos usuários.

Neste cenário, existe a revisão manual e a automática, cada uma com as suas vantagens e desvantagens. O executivo explica que a análise de risco deve ser feita em diversas etapas, cruzando as informações do usuário no momento da compra. Localização, endereço de entrega, valor da compra, comportamento, navegação, entre outros fatores são analisados rapidamente.

“Celular novo, localização nova, produtos de risco aumentam as chances de ser barrado na avaliação automática” das análises de risco de fraude, explica Canabarro.

Revisão manual x revisão automática

“A revisão manual é um grande paraquedas: se há dúvida, a avaliação é mandada para a revisão, mas na realidade do pagamento invisível não há essa possibilidade”, ele completa.

No caso do pagamento invisível “traça-se uma reta e dali para cima aprova e dali para baixo nega”, orienta o executivo.

Dependendo do segmento, há mais possibilidade de aprovação ou chargeback, mas em alguns casos é necessário ser mais incisivo por causa do preço.

O mesmo cliente comprando sempre maximiza as chances de aprovação com base no risco de fraude, por causa da recorrência e quantidade de vendas diárias, como é o caso das compras em aplicativos de delivery.

Canabarro explica ainda que a revisão manual é justificada pelo ROI positivo, ou seja, ela compensa no fim das contas, mas nem sempre é aplicável pela velocidade com que o cliente deseja receber a compra.

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Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.