Em agosto de 2024, o número de pedidos de recuperação judicial no Brasil atingiu 238, um aumento de 76,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados da Serasa Experian. Este é o maior registro do ano e o segundo maior na série histórica, que começou em 2005. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos pedidos, com 183 solicitações.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que a alta nas taxas de juros tem aumentado o custo do crédito, dificultando o pagamento das dívidas pelas empresas. “A inadimplência dos consumidores impacta o fluxo de caixa das empresas, enquanto o acesso limitado ao crédito reduz as alternativas de financiamento. Além disso, a inflação reduz o poder de compra dos consumidores, afetando diretamente as vendas e a saúde financeira dos negócios”, afirma Rabi. Todos esses fatores contribuem para o aumento das recuperações judiciais, já que muitas empresas recorrem a esse recurso para reestruturar suas dívidas e continuar operando.
Confira a quantidade de pedidos durante os últimos 12 meses:
Setores mais afetados
O setor de “serviços” foi o mais impactado, sendo responsável pelo maior número de pedidos, seguido por “comércio”, “primário” e “indústria”. Abaixo, os números foram detalhados por porte e segmento:
Pedidos de falência caem 2,9%
Apesar do aumento nas recuperações judiciais, o número de pedidos de falência caiu 2,9% na comparação anual. Foram registrados 100 pedidos de falência, com as micro e pequenas empresas representando a maior parcela (66), seguidas pelas empresas de médio porte (20) e grandes empresas (14). Em termos setoriais, o “comércio” liderou com 40 solicitações, seguido por “serviços” (37) e “indústria” (23), enquanto o setor “primário” não registrou nenhum pedido.