Grupo que comprou Rakuten no Brasil pede recuperação judicial
O Grupo Gencomm, que adquiriu a operação da Rakuten no Brasil em outubro de 2019, entrou, na última segunda-feira (3), com pedido de recuperação judicial de todas as suas empresas. Segundo o processo, que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo, o valor das dívidas passa de R$ 46,3 milhões.
Parte do passivo se refere a repasses que deveriam ser feitos a lojistas, mas que estão há meses congelados. Varejistas contam que o impasse já gerou prejuízos milionários e cobram o desbloqueio desses valores.
Além da plataforma, os braços de pagamento e logística do conglomerado – Genpay e Genlog, respectivamente -, além da holding NexGenesis Ltda., também entram no pedido de recuperação.
Na prática, isso significa que o grupo declara não ter condições de quitar seus débitos na atual situação e pede à Justiça auxílio para prorrogar prazos de pagamentos a credores.
Buraco sem fundo
De acordo com o documento, na sua argumentação à Justiça, a Gencomm afirma que a situação caótica da antiga Rakuten era pior do que se imaginava.
Apesar dos esforços para recuperar o caixa – o pedido judicial cita ações como mudança para um prédio 50% mais barato, redução de 90% nos custos do marketing e a demissão de 132 pessoas -, não existiriam condições para seguir com a operação.
Ainda segundo a versão da empresa, alguns dos problemas, especificamente a relação comercial com a loja virtual Xiaomi Brz (revendedora não oficial da marca) e o corte na principal linha de crédito do grupo só teriam sido descobertos após a aquisição da plataforma japonesa.
Xiaomi Brz
Segundo a Gencomm, a loja virtual era a principal cliente da Rakuten, chegando a representar 50% do faturamento da empresa. Para se ter uma ideia, o e-commerce teve faturamento de R$ 10 milhões por mês entre fevereiro e setembro de 2019. O detalhe: 60% das compras eram contestadas porque a Xiaomi Brz não entregava os pedidos.
“Em 24/09/2019, quando o saldo negativo deste lojista já era de cerca de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), as partes chegaram a reunir-se para buscar uma solução para o assunto, porém o cliente simplesmente declarou que não tinha os valores necessários para saldar sua dívida”, explica a empresa no pedido de recuperação judicial.
“Atualmente, o saldo de chargeback não reembolsado pela Xiaomi Brz alcança o valor de cerca de R$ 5.500.000,00 (cinco milhões e quinhentos mil reais), sendo que todas as tentativas de cobrança de tal valor até hoje restaram infrutíferas, não tendo sido possível localizar patrimônio da Xiaomie Brz para arcar com o prejuízo”, completam os advogados da Gencomm.
Com isso, a Cielo – adquirente da plataforma -, segundo o pedido, teria informado o fim das relações comerciais com a Gencomm no dia 31 de janeiro de 2020.
Crédito bancário
Outro problema enfrentado pelo marketplace é o corte de um crédito de R$ 65 milhões com o banco Itaú, que possibilitava o capital de giro da plataforma. “Inicialmente, a informação recebida pelo Grupo Gencomm era no sentido de que o banco não tinha intenção de descontinuar a linha de crédito até então vigente”, diz o pedido judicial.
“No entanto, com a iminência da alteração da estrutura societária e do controle nas Recuperandas, o banco passou a indicar que a continuidade da linha não estava garantida e a concessão de crédito sob as novas condições (novos sócios e novos administradores nas Recuperandas) deveria passar por um processo de avaliação e validação de inúmeros aspectos”, segue o texto.
A partir daí, todos os ganhos da Gencomm, inclusive os que seriam repassados aos lojistas, passaram a ir diretamente para o banco como forma de amortizar o financiamento. Ainda não há definição sobre o futuro dessa linha de crédito.
Processo na Justiça
O processo corre no Tribunal de Justiça de São Paulo, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. Na última terça-feira (4), o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi deu 15 dias para a Gencomm informar o valor da causa.
Até a públicação desta matéria, a Gencomm não havia se manifestado sobre o pedido de recuperação. A reportagem será atualizada com o outro lado assim que houver resposta.
Por Caio Colagrande, da redação do E-Commerce Brasil
Gente, parem de palhaçada… isso foi uma fraude arquitetada pela Rakuten para tirar o nome dela dessa RJ… e futura falência… . Mesmo eles sendo patrocinadores seus, vocês devem falar a verdade. Vocês tem que honrar a classe que pertencem e representam.
Mais de 300 lojistas lesados, mais de 50 milhões devidos só aos lojistas, fora os 46milhões já protestados do banco Itaú, um golpe desse, onde retiram o CEO da Rakuten mundial do contrato social da empresa, entra esse fundo americano falido, e em menos de 4 meses da “venda” a empresa entra em RJ???? É mais do clara a fraude… , e vocês ainda fazem uma reportagem dessa??? Rakuten Brasil só tem a ensinar como lesar e roubar parceiros, tendo a Rakuten MUNDIAL, como mentora de tudo. ATENÇÃO GALERA… .
Não acho que seja isto. O que entendi pelas matérias é que a divida é basicamente o que tinha a pagar para os lojistas, e isto nao é exatamente uma divida. Explico. O dinheiro está no adquirente até que compras parceladas sejam recebidas. Entao se os lojistas venderam, o dinheiro existe mas não está disponível. O texto dos advogados da Gencomm é cheio de vitimismo, como era de se esperar aliás. Mas não menciona dívida feita pela Rakuten. Notem que dizem q a operacao tinha gasto 40MM nos meses anteriores, o valor é parecido, mas não diz que esta conta ficou para Gencomm, diz q a dívida é dos recebíveis não repassados. Os credores são os lojistas. Então o problema foi porque tiraram a linha de credito. Agora qualquer troca de controle de uma empresa vão revisar as linhas de crédito, isto é padrão. Será que compraram uma empresa com 65MM de linha de crédito e não sabiam? Não sei, não estou acusando nínguem. E não to defendendo nínguem, até porque nao tenho todos os documentos, só o que li o que saiu aqui no Ecommerce Brasil. Mas teria que ter alguem pra ir a fundo nisto. Ia esquecendo, os 5MM da xiaomibrz virou divida mesmo que não vai receber, mas é 5 em 46.
È isso mesmo. Tudo picaretagem. A Rakuten queria mesmo era vender no Brasil atraves da rakuten.com. Como não vendia nada, chamou o japa René Abe que era da PayPal e tinha nome, fez um auê no marketing e fisgou nós trouxas com sua credibilidade. O japa se pirulitou antes da venda em outubro. Acharam uns trambiqueiros “Ten Oaks Group” (quem???) do tal Michael Hahn e agora faliram. conclusão: no Brasil é fácil ser pilantra.