Em plena expansão no País, o segmento de comércio eletrônico (e-commerce) deve ter um ano de ouro em 2014, com o reforço de segmentos mais atrelados à Copa do Mundo no Brasil. Áreas como hotéis, sites de venda de viagens e de passagens aéreas, além de lojas de produtos esportivos devem viabilizar crescimento do setor, que prevê movimentar R$ 39,5 bilhões este ano, volume 27% maior que o de 2013, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Enquanto o meio on-line comemora antecipadamente, o varejo tradicional segue mais cauteloso, com previsão de crescer em ritmo menos acelerado. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a perspectiva é um crescimento de 4% nas vendas a prazo em 2014, menor do que os 4,12% de 2013. Tudo indica que Copa do Mundo terá impactos diferentes entre os setores do comércio varejista, com maior desempenho em ramos como o de alimentos e bebidas, explica a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues.
Para ela, a massa salarial continuará crescendo menos ao longo de 2014 porque o cenário econômico “é ligeiramente adverso para o comércio”, devido à inflação alta e às taxas de juros elevadas.
Ainda em relação à compra de televisões, há “grande fôlego” para este ano, porém já foi registrado um crescimento.
A CNDL e o SPC Brasil esperam um aumento de 0,25% da taxa Selic e, depois, estabilidade. “Com poucas contratações, taxas de juros elevadas e inflação alta, há desestímulo para o comércio”, disse Luiza. Sobre o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, a economista do SPC Brasil afirmou que a entidade espera queda nas vendas ao longo de 2014, mas não tem um dado próprio. Para a linha branca, que também teve o IPI recomposto, a expectativa é de estabilidade nas vendas.
Inadimplência e vendas
A inadimplência e as vendas a prazo no comércio varejista fecharam 2013 com números piores do que esperavam a CNDL e o SPC Brasil. As vendas a prazo no varejo cresceram no ano passado 4,12%, menos que a expectativa de 4,5% das entidades. “Com menos vagas de trabalho sendo criadas e com inflação comendo salários, o poder de compra é limitado”, disse a economista do SPC Brasil. A diferença entre o resultado e a projeção, segundo ela, se deve ao movimento do emprego. Já a inadimplência cresceu no ano passado 2,33%, mais que os 2% que a CNDL esperava. O resultado, entretanto, é bem menor que o crescimento de 12,18% registrado ao longo de 2012. “A queda na inadimplência foi gerada por menos pessoas tomarem crédito. Crédito fácil não existe mais, porque as taxas estão mais altas e os bancos, mais restritivos.”