Preços disparam no varejo argentino
Desvalorização do peso faz custo de produtos subir até 30%
Um aviso colocado na vitrine da Quintex, loja de hardware em Buenos Aires, mostra bem o efeito da maior desvalorização do peso desde 2002. “Por respeito a nossos clientes, essa loja permanecerá fechada até que nossos fornecedores definam seus preços.” Outros varejistas decidiram não esperar pelos efeitos da desvalorização de mais de 15% da moeda argentina na semana passada, e elevaram em até 30% os preços de equipamentos, eletrônicos, vinho e outros bens que não são regulados pelo governo, ao passo que os supermercados parecem ter obedecido o acordo fechado no início do mês com o governo.
Em meio à crise, a presidente do país, Cristina Kirchner, passou o fim de semana em Cuba, para uma reunião de cúpula regional, deixando seus principais assessores com a tarefa de conter o aumento de preços, à medida que investidores apostam numa maior desvalorização do peso e aumento da inflação.
— A primeira reação foi a paralisação total de quase todos os setores de bens e serviços com vínculos com a taxa de câmbio — disse Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia em 1991, quando o peso argentino tinha paridade de um para um com o dólar. — Ninguém quer vender produtos a um preço sem saber qual será a taxa de câmbio amanhã.
Por: O Globo