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Às vésperas do Pix, bancos travam 'guerra das chaves' para ganhar clientes

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A dois meses para o início do Pix — o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos —, as instituições financeiras se movimentam para oferecer um produto seguro aos clientes. Os esforços são para que o sistema seja blindado contra fraudes e, ao mesmo tempo, ofereça aos usuários opções simples para transferências e pagamentos.

O passo mais perceptível na instalação da ferramenta será dado em 5 de outubro, quando pessoas físicas e empresas passarão a cadastrar “chaves” nos bancos para receber depósitos. Mas as instituições se anteciparam e estão promovendo um pré-cadastramento nos sites e apps, no que está sendo chamado de “a guerra das chaves”.

Uma chave (CPF, CNPJ, e-mail ou telefone celular) estará vinculada a uma única conta bancária. Assim, quem transferir dinheiro pelo Pix poderá informar apenas a chave do recebedor para liquidar a operação — e não necessariamente os dados bancários (nome, agência e número da conta). O passo seguinte está agendado para 16 de novembro, quando o sistema começa a funcionar de fato e será possível fazer transferências e pagamentos.

O movimento mais visível foi feito pelo banco Santander, que lançou uma campanha publicitária para o SX — o Pix do banco — com a atriz Ana Paula Arósio, há anos fora das telas. O Banco do Brasil oferece um tutorial em seu aplicativo e o Bradesco já realiza um pré-cadastro de chaves. O Itaú Unibanco também tem tratado do assunto em seus canais com o cliente.

As instituições financeiras correm ainda contra o tempo para cumprir as exigências do Banco Central. Até o dia 30 de setembro, por exemplo, elas têm de passar por testes de estresse, que buscam avaliar se estão preparadas para suportar determinado volume de pagamentos por segundo.

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Prioridade do Pix

Apesar dos pedidos de adiamento, o BC tem mantido a data de estreia do Pix. O projeto é tratado como prioridade pelo presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que possui interesse especial pelos temas ligados à tecnologia financeira.

O BC também tem sido irredutível quanto a algumas regras. Algumas instituições sugeriam, por exemplo, que o sistema começasse permitindo transferências de menor valor que o TED, para que a estrutura fosse testada. A própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vem defendendo uma implementação de “maneira faseada”, considerando os riscos para a entrada em funcionamento do novo sistema.

Porém, o BC determinou que as transferências pelo Pix terão limite equivalente ao da TED. Com isso, o banco regulador busca garantir a concorrência entre produtos.

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As informações são do Broadcast Estadão