Logo E-Commerce Brasil

Pinterest é considerada a plataforma mais inspiradora por usuários e anunciantes

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

O Pinterest é a plataforma que mais inspira pessoas. Os dados que comprovam a afirmação foram divulgados durante o Pinterest Presents, segunda edição do evento anual da companhia. De acordo com os dados coletados, 94% dos usuários se sentem mais inspirados para novas ideias pelo Pinterest do que por outras plataformas digitais.

Compras

Os usuários da rede social também têm uma relação diferente com os lojistas e anunciantes da plataforma. De maneira geral, o e-commerce impulsiona o consumidor a comprar por impulso, enquanto a premissa do Pinterest é promover a compra por inspiração.

91% dos usuários afirmaram que se sentem mais inspirados a agir, comprar ou experimentar algo novo a partir do que é salvo na plataforma. Isso porque a parte da compra acaba entrando como uma consequência à jornada natural de interação com os pins da plataforma.

Segundo o relatório, as pessoas inspiradas tendem a gastar mais e melhor também. Para se ter uma ideia, o consumidor que compra por anúncios no Pinterest gasta 50% a mais por mês do que usuários de outras redes.

Confiança e bem-estar

Outro dado interessante divulgado pela pesquisa interna foi que 89% dos usuários veem o Pinterest como uma plataforma positiva.

Principalmente depois da pandemia, cada vez mais pessoas acham necessário encontrar refúgios no ambiente digital. A pesquisa realizada pela empresa mostra que quase 80% das pessoas acham importante ter um lugar online dedicado à inspiração. Atualmente, o Pinterest se encontra na frente inclusive da televisão quando o assunto é inspiração.

Julia Sabbag, Líder de vendas do Pinterest, explica que esse sentimento de positividade e relaxamento é o grande diferencial da plataforma. É isso que gera um resultado mais interessante para as marcas, que encontram o consumidor em um momento de inspiração e não de tensão.

“Há um alinhamento dos astros, porque os anúncios são parte de um conteúdo e se integram à navegação das pessoas”, ele explica. Além disso, 70% dos usuários dizem que se inspiram em todas as etapas da jornada de compra.

Ela divide o funil de compras – que também é parte da navegação por outros motivos – em quatro etapas: inspiração, decisão, compra e pós-compra.

Inspiração

– Usuário entra na plataforma para buscar ideias, não necessariamente para comprar, mas para aplicar no dia a dia (exemplos: corte de cabelo, combinações de roupas, tutoriais de maquiagem, decoração, receitas etc);
– Vê referências e inspirações que combinem com sua busca;
– Cria pastas para organizar e salvar as referências enquanto o algoritmo começa a entender o ponto de procura, as preferências e quais postagens são mais interessantes;
– Usuários começam a afunilar os interesses.

Decisão

– Usuário sabe o que está procurando, mas ainda não se decidiu pelo modelo;
– Por exemplo: sabe que quer uma luminária, então procura diferentes tipos para cada ambiente;
– Ponto em que as pessoas estão mais abertas a conhecerem novas marcas e produtos.

Compra

– 86% dos pinners dizem que se sentem melhores sobre compras que são feitos quando estão inspiradas, e não por impulso;
– O usuário percebe que as referências combinam com o que ele busca e encontra a marca ideal.

Pós-compra

– A plataforma continua sugerindo pins naquele estilo de forma complementar, então a marca continua relevante;
– Algoritmo entende que o usuário gosta de decoração em um determinado modelo e oferece ideias complementares;
– Os pins continuam salvos na pasta do usuário, que pode retomar para ver mais referências.

O que constrói um ambiente positivo?

Rogério Nicolai, Head of LATAM, Mid-Market Sales at Pinterest, também comentou sobre os efeitos do Pinterest no bem-estar dos usuários. Segundo o levantamento realizado pela plataforma, 81% dos usuários dizem se sentir bem usando a rede. Além disso, 78% dos brasileiros dizem que no Pinterest conseguem ser sua versão mais autêntica.

Para ele, isso quer dizer que as pessoas já chegam na rede com uma mentalidade mais positiva e segura. “Queremos criar uma internet mais segura e inspiradora, que ajude as pessoas a se sentirem melhor”.

Para isso, a empresa tem investido em algoritmos que valorizem a diversidade e recomende pins por tom de pele ou tipo de cabelo, por exemplo.

Outra medida adotada pela plataforma foi a proibição de anúncios que idealizem a magreza excessiva, além do combate às fake news, sobretudo com relação à crise climática e política.

Ao mesmo tempo, as marcas têm liberdade para levantar as bandeiras que defendem, como sustentabilidade, direitos LGBT, feminismo etc.

Um novo ROI

Para André Loureiro Pereira, Diretor Executivo do Pinterest na América Latina, a plataforma caminha cada vez mais em direção à uma realidade mais inclusiva – de corpos, cabelos, estilos, cores – e investe em práticas para uma navegação não agressiva.

Ele fez ainda um trocadilho com a sigla ROI – muito relevante no e-commerce para medir o retorno sobre o investimento – afirmando que a plataforma se empenha em medir o empenho sobre a inspiração.

Segundo ele, as pessoas estão abertas às ideias, mas não presas às marcas, de forma que a confiança é mais importante do que a fidelidade.

Uma prova disso é que 97% das buscas realizadas não contém nomes de marca, ao mesmo tempo em que as pesquisas por determinada loja aumentam 10 vezes em plataformas de busca depois dos usuários a descobrirem pelo Pinterest.

Inspiração que gera resultado

Camila Ferreira, Editorial & Publishing Manager da Netflix, explicou que a presença do streaming no Pinterest começou de forma orgânica e como uma forma de expandir o contato e a comunicação com os fãs.

Para ela, o principal diferencial foi o ângulo dado aos conteúdos, muito mais natural do que em outras redes sociais, focados em uma audiência específica: “essa audiência traz informações sobre coisas que ainda vão viralizar”.

Para a executiva, dois exemplos de interações orgânicas foram os mais óbvios sobre tendências:

1 – Emily em Paris ajudou a ver que cores vibrantes seriam tendência do semestre

As pessoas passaram a salvar mais referências sobre a série focando nas roupas da personagem para se inspirarem com as combinações.

2 – Bridgeton antecipou uma procura por itens de chá da tarde

Os figurinos e utensílios de época também foram parar nas pastas dos fãs de forma orgânica para uma tendência ‘traduzível’ para a realidade: o chá da tarde.

Como resultado, a Netflix experienciou 600 mil impressões orgânicas no primeiro mês e quase 2,3 milhões em 3 meses.

Para a executiva, essa interação foi importante para iniciar um contato de conexão e aprendizado para a partir disso investir em mídia paga e alcançar mais pessoas. A principal vantagem é que o conteúdo faz parte de um ciclo que se retroalimenta e não perde a relevância depois de algum tempo.

Inspiração como parte da jornada de compra

“A inspiração tem um papel muito mais amplo do que as pessoas imaginam, porque ela não se limita ao começo da jornada. No final, ela é um gatilho para a decisão de compra”, completou Alexandre Kavinski, CMO das agências Mirum e i-Cherry, que participou para falar sobre modelos de mensuração de resultado.

Ele argumenta que é importante acompanhar o resultado da inspiração nas métricas do e-commerce, – como número de itens no carrinho, ticket médio e life time value – e que geralmente as compras inspiradas apresentam resultados melhores.

Ele alerta ainda para o modelo de atribuição do last click, ou seja, considerar o resultado da última página clicada pela responsável pela conversão. Para o executivo, isso pode ser verdade para muitos negócios e uma armadilha para outros, justamente por causa da jornada não linear do consumidor.

De acordo com o executivo, é preciso entender que a jornada é construída por diversos pontos de contato e fatores que contribuem para a decisão de compra. Uma de suas recomendações é a cultura de test and learn, teste e aprenda, em Português, que garante uma competitividade maior no mercado.

“Para gerar mais valor, é importante não se contentar somente com o que todo mundo está fazendo, pois existem diversos modelos disponíveis que podem fazer a diferença em negócios específicos”, ele finaliza.

O que mais os usuários acham?

  • 94% dos entrevistados dizem que o Pinterest proporciona novas ideias;
  • 91% dos entrevistados dizem que o Pinterest os fazem considerar algo novo;
  • 89% dos entrevistados dizem que o Pinterest os faz se sentirem positivos;
  • 90% dos entrevistados dizem que o Pinterest mostra algo para experimentar ou comprar;
  • 90% dos entrevistados dizem que o Pinterest mostra algo que eles gostariam de experimentar ou ter em suas vidas.

Malik Ducard, Diretor de Conteúdo do Pinterest, conta que o que fortalece o sentimento de comunidade dos usuários do Pinterest são os criadores de conteúdo preocupados em criar soluções para a comunidade.

Algumas das vantagens do modelo:

  • A plataforma é um lugar para encontrar criadores que são relevantes e seguros para as empresas;
  • São conectados com os seus valores;
  • Criadores querem que o seu conteúdo seja útil para alguma coisa;
  • Por ser considerada uma plataforma mais positiva, os criadores cuidam da qualidade do conteúdo ;
  • Todas as inspirações são baseadas no uso e na utilidade, porque não há necessidade de clickbait para aumentar o alcance.

Pinterest Predicts

Além do evento, que contou com marcas anunciantes e executivos de diversas áreas da plataforma, o Pinterest divulgou também o relatório Pinterest Predicts 2022 com dados atualizados sobre tendências e comportamentos de consumo.

Para Diego Venturelli, líder de mensuração do Pinterest para a América Latina, a diferença principal com relação às demais plataformas é que o Pinterest “olha para frente”. Por ser um meio de busca para inspirações e tendências, a empresa consegue mensurar tendências que ainda não foram percebidas pelo mercado e que só serão anunciadas em outros relatórios depois.

Foi com esse pensamento que nasceu o Pinterest Predicts, que acerta 8 em cada 10 das tendências sugeridas com base nas análises de busca.

Brigitte Calegari, criadora de conteúdo de moda e beleza, deu como exemplo duas tendências percebidas que se confirmaram: as cores vibrantes e o uso de brilho.

A inteligência de dados da plataforma registrou 4 vezes mais buscas pelo termo “vestido fúcsia” e 140% mais buscas por itens de moda azul vibrante. Em pouco tempo, pode-se notar um investimento maior em roupas coloridas e mistura de estilos com cores.

Já com relação ao brilho, pode ser explicado pela Geração Z, que está reinventando os acessórios.

A criadora de conteúdo explica que esse é o tipo de insight que pode ser transportado para outros segmentos além do de moda e beleza. “Para as marcas, é uma oportunidade de pegar carona no bonde do strass”, ela brinca.

“Produzir conteúdos com isso em mente é uma oportunidade de produzir para diversos públicos de acordo com o seu nicho de mercado”, completa.

Novidades

O Pinterest deve disponibilizar em breve novas ferramentas para os anunciantes da plataforma, algumas já em teste ou em uso nos Estados Unidos:

Trends Tool: ferramenta de acompanhamento de tendências em tempo real para planejamento de campanhas por faixa etária, gênero e interesses.

A ferramenta mostra quais são os temas mais procurados de acordo com o perfil do consumidor, evidenciando comportamento, pico da tendência e seu declínio.

A função Beta para anunciantes deve estar disponível para anunciantes brasileiros a partir de junho deste ano.

API de Shopping: a ferramenta deve atualizar produtos em tempo real para os anunciantes.

Integração com a Woo Commerce: permite a integração automática de catálogo.

Your Shop: por enquanto disponível somente nos EUA, a funcionalidade deve permitir que a barra principal do Pinterest seja focada em marcas e criadores de conteúdo segmentados por interesse do usuário, de forma que ao logar a pessoa já saiba que está em uma página de compra e não na navegação normal.

Checkout Page: por enquanto também somente nos Estados Unidos, será a funcionalidade de pagamento dentro da própria plataforma. Hoje, as marcas conseguem produzir conteúdos e direcionar os consumidores para catálogos, mas o pagamento não é feito através do Pinterest.

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil

Leia também: Comércio e fornecedores de eletrônicos e eletrodomésticos terão markeplace.