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Pesquisa mostra tendências para internet, mobile e redes sociais

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Num portentoso estudo que tem 376 slides, a agência We Are Social, que combina mídias sociais, digital, PR e marketing, e que opera também no Brasil, revela quais são as principais tendências para este ano em três áreas que se cruzam: a internet, as redes sociais e o mobile.

Assim como a pesquisa, os números são grandiosos: para uma população mundial total de 7,2 bilhões de pessoas, a densidade da internet está em 42% e chega a 3 bilhões de habitantes. Entre essas pessoas, mais de 2 bilhões têm perfis em redes sociais e serviços de mensagens, 3,6 bilhões são usuários exclusivos de celulares e 1,6 bilhão acessas as redes sociais por meio móvel.

O mobile, crescentemente, aumenta seu domínio sobre o mundo digital e isso deve se expandir durante este ano, já que o conceito de conectividade ubíqua (onipresente) deverá se intensificar em função de smartphones mais baratos e também pelo aumento de conexões de dados ao redor do mundo.

Os serviços de troca de mensagens como WhatsApp, WeChat e o Messenger do Facebook colocam as redes sociais no topo em relação ao uso de internet nas maiores economias mundiais, o que significa que o comportamento digital do usuário, em todo o planeta, converge cada vez mais para os dispositivos móveis.

Com base nessas previsões e nas respectivas expansões de cada área, o relatório da We Are Social estima que a internet atinja uma penetração de mais de 50% da população mundial até meados de 2016. E as redes sociais, que chegam a quase 30% dos usuários conectados, deverão chegar a um terço da população global ainda este ano, ou seja, pelo menos 2,1 bilhões de pessoas terão perfis.

O mundo digital cresceu expressivamente no ano passado, sobretudo a partir do segundo semestre: os usuários de mídias sociais passaram dos 2 bilhões em agosto; a teledensidade de celulares passou dos 50% em setembro; o número de internautas globais superou os 3 bilhões em novembro; e o número de conexões móveis ativas ultrapassou o total da população mundial em dezembro.

Com base nesses dados, o estudo projeta os respectivos números: 115 milhões a mais de pessoas no mundo; 525 milhões a mais de usuários de internet; 222 milhões a mais de usuários de redes sociais; 185 milhões a mais de usuários móveis; e 313 milhões a mais de usuários sociais móveis.

Internet

O salto da população com acesso à internet foi grande de 2013 para 2014: passou de 35% a 42% no ano passado. Mas, diz o relatório, talvez isso se explique por conta do aumento de acesso a conexões de dados, e não a acessos móveis, simplesmente.

No entanto, pontua o estudo, não há dúvida que muitos milhões de novos usuários acessaram a internet pela primeira vez nos últimos 12 meses, notadamente via celular. Importante notar que o acesso à web não é igualmente distribuído no mundo: enquanto o número de internautas de países como as Ilhas Bermudas, Bahrain e Islândia é quase equivalente à respectiva população, há outras nações como a Coréia do Norte e o Sudão do Sul em que menos de 0,1% da população tem acesso à internet.

A velocidade de conexão à internet é outro fator que varia muito de país para país e pode ir dos 25 Mbps na Coréia do Sul para os 2 Mbps na Índia. Hong Kong, Japão, Cingapura e EUA são, depois da Coréia do Sul, os cinco países que têm a conexão mais rápida, com média de 10 Mbps ante a média global de 4,5 Mbps.

Finalmente, a média de permanência do usuário na internet mundial é de 4:25 horas, com os sul asiáticos (tailandeses, vietnamitas, indonésios e malaios) à frente, com 5 horas diárias de uso, com destaque para os filipinos, que gastam 6 horas por dia na internet.

Internet móvel

O tráfego mobile representou 39% de todo o tráfego da internet no ano passado e cerca de um terço de todas as páginas de internet já têm versão mobile. Aqui, como na internet fixa, também há grandes flutuações conforme o país: enquanto 89% das páginas de Papua Nova Guiné são acessadas por celular, apenas 0,1% das páginas de pequenas ilhas caribenhas o fazem por meio dos dispositivos móveis.

A Índia domina o acesso via mobile, com 72% do total de acessos móveis. Isso significa que há grande espaço para crescimento em todo o mundo e o acesso via mobile tem crescido exponencialmente. Outro ponto é que 39% das conexões mobile globais são classificadas como banda larga, ou seja, 3G e 4G.

Mídias sociais

As redes sociais continuam a crescer em todo o mundo e os usuários ativos contabilizam 29% de toda a população mundial. O usuário ativo mensal (MAU, na sigla em inglês) é o mais ativo usuário das redes e chega a mais de 2 bilhões, um crescimento de 12% na base desde janeiro do ano passado.

O estudo da We Are Social estima que a média de uso em redes sociais chegue a 2:25 horas por dia (inclui redes sociais e microblogs, como o Twitter). Lideram o tempo gasto os argentinos e filipinos, com 4 horas de uso por dia.

O Facebook mantém o domínio global do cenário de redes sociais e contabilizou 1,366 bilhão de usuários ativos este mês de janeiro, dos quais 1,133 (83% do total) acessaram a rede por meio de dispositivos móveis. Na China, é diferente:, a rede social Qzone, da Tencent, domina a população que fala o mandarim, com 629 milhões de usuários. Na Rússia, é o VKontakte, com 100 milhões de pessoas.

Os serviços de mensagens como WhatsApp, WeChat, Messenger do Facebook e Viber responderam por 100 milhões de usuários mensais nos últimos 12 meses. Esses serviços de mensagens instantâneas e chat estão entre três das Top 5 plataformas sociais.

Brasil

Segundo o estudo da We Are Social, o Brasil, com uma população de 204 milhões, tem 110 milhões de usuários de internet (penetração de 54%). Desses 110 milhões, 96 milhões (47% da população total), têm perfis em redes sociais, 276 milhões têm celular (densidade de 135%) e 78 milhões (38% do total da população) acessam seus perfis por meio de dispositivos móveis.

Respectivamente, os acessos à internet devem crescer 10% este ano; as mídias sociais, 12%; os celulares, 3%; e os acessos a redes sociais por meio móvel, 15%.

O brasileiro, em média, fica 5:26 horas conectado à internet; gasta 3:47 horas com acesso móvel; gasta também 3:47 horas com acesso a redes sociais (via mobile ou fixo); e consome 2:49 horas com TV.

As redes sociais ou serviços de mensagens mais usados são o Facebook (25% do total); WhatsApp (24%); Messenger do Facebook (22%); Skype (14%); Google+ (13%); Twitter (11%); Instagram (10%); LinkedIn (9%); Pinterest (6%); e Badoo (6%).

Fonte: Proxxima