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Pagamentos pós-Covid-19: o que esperar no comércio eletrônico?

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Paula Paschoal, Diretora Geral do PayPal, esteve virtualmente no The Future Of E-Commerce – Payments, evento online do E-Commerce Brasil focado em pagamentos e novas tecnologias focadas em e-commerce.

Paula Paschoal, Diretora Geral do PayPal.

2020

Na visão da executiva, a pandemia do coronavírus está sendo um grande desafio para o mercado e para a sociedade, mas também um fator responsável por impulsionar a digitalização e outras mudanças. “A Covid-19 foi um fator de aceleração para as empresas”, explica Paschoal, “esse tipo de atuação nos desafia a sermos mais rápidos e a sermos melhores”, completa.

“Sem dúvida vamos sair mais fortes e mais digitalizados como consumidores”, também defende a executiva. De acordo com ela, a nova realidade fez as pessoas repensarem seus estilos de vida. Além disso, ela defende que a necessidade de ficar em casa e comprar online “quebrou resistências das pessoas”, que passarão a comprar no e-commerce daqui pra frente.

Consumidor

“As pessoas buscam empresas sólidas, então você enquanto e-commerce precisa deixar isso claro”, explica Paschoal. Ela defende que o e-commerce tem o papel de facilitar a compra e garantir a segurança do consumidor, não só com relação à qualidade da compra, mas como uma experiência.

Dessa forma, faz parte do processo de aprimorar as estratégias de compra e pagamento, reduzir as fricções que possam acontecer e remover as barreiras que façam o consumidor repensar.

“Ainda não temos o número oficial pós-pandemia do Ebit, mas sem dúvida, o número de compras online aumentou muito”, diz Paschoa (como pode ser visto na imagem abaixo). Isso prova que os consumidores já estão se acostumando com a compra online e a aceleração da digitalização foi algo ainda mais positivo para o e-commerce.

Evolução de vendas online no Brasil.

Desbancarizados

Além disso, a executiva defende que esse cenário levanta a discussão do papel dos novos meios de pagamentos digitais com relação às pessoas que não são contempladas pelas soluções disponíveis pelos bancos tradicionais, como os desbancarizados.

“A caixa econômica abriu 25 milhões de contas nos últimos 3 meses”, diz Paschoal. De acordo com ela, isso mostra a importância das empresas em repensarem seus perfis de consumidores e de oferecerem novas soluções para eles.

Leia também: UX: tecnologia ainda é barreira para jornada do cliente.

Potencial de crescimento

Penetração do e-commerce no Brasil.

Hoje, quase 5% de todas as transações são feitas pelo e-commerce. Parece pouco, mas ao compararmos com outras países que começaram a digitalização antes, estamos em uma situação avançada, com potencial de crescimento acelerado no Brasil.

“Uma vez que você teve uma boa experiência comprando online, não faz sentido voltar atrás”, conclui Paschoal.

Mobilidade, aplicativos e segurança

“Em 2013, ainda não tínhamos disseminados serviços de táxi online, era preciso ligar ou esperar na rua. Em dois anos, a aceitação de serviços digitais mostrou que o usuário está aberto para aceitar esse tipo de digitalização”, mostra a executiva. Para ela, é uma questão de oferecer segurança e comodidade ao consumidor a partir de uma necessidade do mercado.

E o que faz os consumidores confiarem em pagamentos em aplicativos de transporte (como Uber, por exemplo) ou que cada vez mais paguem usando soluções digitais? A própria tecnologia.

Os sistemas atuais de segurança e antifraude usam fatores comportamentais e que deixam os usuários ainda mais confortáveis para comprar online e pelo celular: velocidade para digitar, dedos usados, como segura o celular etc.

Estrutura

Novos hábitos de consumo do e-commerce no Brasil.

Outro ponto relevante sobre a pandemia, de acordo com Paschoal, é a percepção de novos públicos consumidores no e-commerce. Principalmente com relação à faixa etária e novos comportamentos: alimentos e bebidas aumentaram 54% em março e participação de pessoas idosas nas compras online são dois dos exemplos mais significativos.

“É por isso que eu defendo a Importância de times mais diversos para termos produtos mais inovadores para todos os perfis de consumidores”, diz a executiva. Isso porque cada vez mais será necessário considerar novas realidades dentro dos perfis de consumo.

“O que vivemos nos últimos 3 meses e o que viveremos nos próximos anos acelerou a inserção de novos usuários no ambiente digital”, conclui.

Aumento do omnichannel e QR Codes

Ao ser questionada sobre quais meios de pagamentos tendem a desaparecer no futuro, Paschoal apostou no boleto bancário e nas cédulas do dinheiro físico. O boleto, por significar a quebra do omnichannel, que requer impressão e pagamento físico para uma compra online; e o dinheiro físico, em partes, por causa da pandemia e possibilidade de contaminação dos consumidores.

Uma das alternativas que ela prevê para os pagamentos físicos com otimismo é o uso dos QR Codes. Por não requerem contato físico, são um elo entre a experiência de pagamento omnichannel.

Por fim, Paschoal também recomenda investir na experiência de compra pelo mobile, já que “as pessoas passam de 5 a 6 horas no telefone por dia” e “o usuário é sedento por tecnologia, informação e é conectado”. De maneira que as lojas precisam se adaptar ao ambiente que o consumidor prefere estar.

“Tente simplificar ao máximo o processo de compra dentro do seu e-commerce, ajude o seu e-commerce, aproveite o momento do impulso”, conclui Paschoal.

Por Júlia Rondinelli, da redação E-Commerce Brasil.

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