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“Eventualmente, todo mundo fará parte do digital”, diz CEO do PayPal durante o Web Summit

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

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Dan Schulman é o CEO do PayPal. O executivo participou de uma entrevista ao vivo e de transmissão online para o evento Web Summit 2020 para falar sobre a era dos pagamentos digitais. O executivo foi entrevistado por Andrew Ross-Sorkin, jornalista do The New York Times.

Dan Schulman, CEO do PayPal/Foto: Wikipedia

Tradicionalmente sediado em Lisboa, Portugal, a edição deste ano do Web Summit conseguiu alcançar ainda mais palestrantes e espectadores devido à nova plataforma online escolhida para as palestras. Devido à pandemia do coronavírus, o evento se viu forçado a adaptar a forma de se conectar com as pessoas.

O formato, porém, combina com o tema da palestra de Schulman. Na cadeira de presidente do PayPal há seis anos, o executivo falou com naturalidade sobre a necessidade de adaptação dos negócios para a era “cashless”, ou seja, sem dinheiro físico.

De acordo com ele, esse movimento de migrar para os pagamentos digitais ganhou força durante a pandemia, mas já há alguns anos que se tornou popular e fonte de atenção das empresas e lojas.

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Digitalização veio antes da pandemia

Com a digitalização das empresas, já há alguns anos o PayPal precisou criar estruturas e mecanismos para ajudar quem estava investindo em pagamentos digitais. Com o tempo, foi natural para as empresas migrarem para o pagamento digital, então o terreno já estava preparado para este boom durante a pandemia.

“Eventualmente, todo mundo fará parte do mundo digital”, ele explica. Dessa forma, pelo que ele percebe, está na hora das empresas se preocuparem também com o digital no offline. Passada a necessidade de modernização do ambiente digital, cada vez mais ele vê que as empresas com presença física precisam entregar essa experiência do pagamento e da interação online também.

Outra grande questão, para o executivo, é o mobile: “eu acho que o mundo inteiro está mudando para o mobile first”, diz Schulman. O que antes era uma questão defendida por especialistas durante palestras e estudos está virando uma realidade.

Modelos de negócios

Questionados sobre os modelos de negócios que ele vê como um sucesso durante 2020 pela integração dos pagamentos digitais, o CEO do PayPal defendeu que há diversos exemplos interessantes na cultura chinesa e analisar o que as diversas empresas estão fazendo pelo mundo é um bom caminho para a troca de conhecimento e novas experiências.

Ele faz um alerta para o “Wall Gardens”, no entanto. Conhecidos por parcerias entre empresas que decidem colaborar em virtude da entrega de experiências e uso de dados, esses jardins murados nem sempre estão trabalhando em virtude do consumidor, segundo Schulman. Além disso, para ele, para adotar essa estratégia, “não é possível agir sozinho”.

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Segurança

Durante a conversa, Schulman se mostrou um grande defensor das regulamentações. Para ele, inclusive, as regulamentações servem para proteger o consumidor e assegurar a saúde financeira da organização.

“Acho que regulamentações fortes são extremamente importantes, não tenho problema com isso”, ele responde. Atualmente, as regulamentações divergentes entre países e até mesmo entre estados dos Estados Unidos são vistas como um empecilho para os negócios e pagamentos digitais. Mas o executivo parece acreditar que elas são na verdade positivas: “na verdade a regulamentação assegura os interesses do cliente, evita lavagem de dinheiro e faz com que a companhia respeite o consumidor”, ele completa.

Schulman falou também sobre os paradoxos do universo digital com relação ao pagamento. Um dos principais medos do executivo, que alega perder o sono por isso, é o risco de ataques cibernéticos, principalmente em uma realidade em que o dinheiro é 100% digital.

“O dinheiro hoje é uma combinação de zeros e uns”, ele diz. Dessa forma, ele entende que as companhias precisam ter registros seguros e o cuidado com os dados.

“Trabalhamos com afinco para evitar fraudes e garantir a segurança, mas imaginamos sempre a necessidade de mais proteção”, ele conclui.

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.