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Ozon vende produtos por meio de importação paralela

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

A empresa russa de comércio eletrônico Ozon disse, nesta quinta-feira (24), que começou a vender mercadorias por meio de um mecanismo de importação paralela em sua plataforma, beneficiando-se da legislação que a Rússia introduziu para tentar limitar o impacto de Sanções ocidentais.

Atingida por sanções sem precedentes e problemas na cadeia de suprimentos, a Rússia legalizou as chamadas importações paralelas, que permitem que os varejistas importem produtos do exterior sem a permissão do proprietário da marca registrada.

“As mercadorias importadas com a ajuda de importações paralelas estão disponíveis na Ozon”, disse a empresa à Reuters. “Já começamos a vender marcas populares de eletrônicos na Ozon, incluindo smartphones e seus componentes”, diz.

A Ozon disse que as importações paralelas deram aos consumidores russos uma variedade de produtos, mas disse que está trabalhando para evitar que itens falsificados apareçam em sua plataforma, exigindo que os vendedores confirmem a prova de originalidade dos produtos que vendem. A Ozon disse que não divulgaria os nomes das marcas.

Dezenas de empresas estrangeiras se retiraram da Rússia devido às ações de Moscou na Ucrânia, embora enfrentem a perspectiva de que novas leis sejam aprovadas nas próximas semanas, permitindo que Moscou apreenda ativos e imponha penalidades criminais.

A Nike e a Cisco anunciaram planos de saída na quinta-feira. Eles se juntaram ao McDonald’s, Renault e outros.

O concorrente da Ozon, Wildberries, descreveu em março o esquema de importações paralelas como uma medida de apoio eficaz, destacando sua importância para pequenas e médias empresas e para a importação de produtos socialmente significativos.

A Wildberries, como outras do setor, continuou vendendo alguns produtos de marcas que suspenderam as operações na Rússia.

A varejista de eletrônicos Svyaznoy expandiu sua gama para vender consoles de jogos e smartphones de empresas como Apple e Samsung, informou o jornal Kommersant nesta quinta-feira (23). Svyaznoy disse à Reuters que não é um importador de eletrodomésticos e eletrônicos, mas reabastece os estoques disponíveis na Rússia.

O Kommersant citou uma fonte da indústria dizendo que os dispositivos podem ser 10-20% mais caros do que antes de a Rússia iniciar o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia.

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Fonte: Reuters