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Segundo editora de inovação da Vogue, "a moda será digital, sustentável e criativa"

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista e editor do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Não é novidade para ninguém que a pandemia forçou todos os negócios a reverem suas estratégias. O universo da moda também foi muito afetado por isso e, para traçar um panorama do que está por vir no segmento, o Fórum E-Commerce Brasil 2020 – Global Edition convidou para uma entrevista nada menos do que Maghan Mcdowell, editora de inovação da Vogue Business — que nos contou um pouco do que acredita ser o futuro da moda.

Para Maghan, assim como na maioria dos negócios, a tecnologia chegou para adaptar a nova realidade do mundo. “Não se pode sair às ruas, é um fato. Portanto, é preciso criar possibilidades que supram essa ausência do contato físico com os produtos. Na moda isso é ainda mais exigido, pois há toda a questão de provar uma roupa ou acessório antes de comprar”, explicou. Por conta disso novas tecnologias estão surgindo para esse mercado, a fim de trazer a experiência virtual o mais próxima possível da física.

Futuro da moda: Design digital 3D

Entre as novidades apresentadas pela editora, a produção de roupas 3D começa a mostrar uma tendência tão sustentável quanto futurista. Nesse caso, a empresa desenvolve roupas de forma tridimensional, porém com aspecto o mais realista possível. Segundo ela, assim que as marcas passaram a trabalhar de casa, por conta do fechamento das lojas, entenderam que as pessoas teriam de continuar “provando” as peças. “Dessa necessidade nasceu a produção de roupas 3D, que além de moldar virtualmente no corpo das pessoas e mostrar combinações, também é sustentável. Afinal, a produção da peça só começa após a sua compra”, explicou.

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Uma das principais empresas que aposta nessa tecnologia é a Tommy Hilfiger. A produção digital já está a todo o vapor e a venda da próxima coleção dará início na primavera de 2022. “As roupas não serão físicas até que de fato sejam compradas. Na Tommy, muitas das roupas apresentadas no online já são digitais. Elas têm uma aparência tão boa que parecem reais”, impressiona-se.

Realidade aumentada

Outro destaque de Maghan ficou para o maior uso da realidade aumentada (RA). Ela lembra que a tecnologia já é muito popular no aplicativo Snapchat, onde o usuário usufrui a partir da câmera do smartphone. “O recurso começou com simples filtros, mas é possível usar isso para interagir com os consumidores. Uma marca consegue, por exemplo, colocar uma bolsa no interior da casa, assim como a prova de um óculos de sol”, explicou. Segundo ela é um recurso e tanto para incrementar as vendas nesta impossibilidade de sair de casa.

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O que ocorre é que esses recursos do Snapchat farão a conexão das marcas aos seus quase 230 milhões de usuários — em sua grande maioria da geração Z. Maghan acrescenta que a ferramenta tem um potencial tão grande na moda, que “o Shopfy aumentou em 250% a taxa de conversão com o uso da RA”.

Roupas digitais

Pode parecer estranho, mas a pandemia, segundo a editora, despertou um novo tipo de produto: as roupas digitais. “Por não conseguir sair de casa, acabei experimentando essa alternativa e gostei muito. Optei por estilos que nunca usei, apenas por curiosidade, e curti a experiência”, disse Maghan. Segundo ela, essa tendência começou nos jogos de games, onde os jogadores adquiriram os produtos exclusivamente virtuais para si. Porém, outras empresas vêm apostando nessa “experimentação” durante a pandemia. O modo de interação sofreu diversas mudanças nesse contexto, e é preciso testar novidades. A especialista, aliás, não duvida de que muito em breve essas roupas virtuais criadas para os gamers ganhem espaço na vida real.

Drest

Trata-se de um aplicativo (ou game) onde a pessoa é envolvida em desafios luxuosos. Dentro do app existem diversas roupas apresentadas em desfiles, onde é possível criar a combinação e até compartilhar o look (onde a escolha será votada pelos demais usuários). Para ter ideia da influência da ferramenta, empresas como Gucci, Prada e Burberry foram chamadas para influenciar com seus produtos. “Em abril, a Drest teve um aumento de instalação de 50%. Neste mesmo mês, houve um aumento de 400% na instalação do aplicativo na Itália”, devido às pessoas passarem mais tempo online e dentro de suas casas”.

Vídeos

Popular no Oriente, a venda de produtos de modas por vídeos é um recurso muito utilizado pelas marcas de luxo. E a ferramenta é bem dinâmica, uma vez que a pessoa consegue realizar a compra em qualquer aparelho de vídeo (smartphone, tablet ou computador). “É praticamente uma compra on demand, pois você consegue, inclusive, contatar um profissional da loja para auxiliar na venda”, explica a especialista.

Nesse contexto, a marca tem a vantagem de conquistar os dados do cliente, como comportamento, produtos no carrinho… “Muitas empresas estão criando isso dentro das lojas, desenvolvendo um ambiente que transmita a sensação de a pessoa estar ali, presencialmente. Isso, aliás, é uma tendência que pessoas da geração Z já esperam das marcas”, recomenda. Outro mercado que crescerá muito por conta da pandemia é o de desfile de moda por vídeo. “A grande mudança não é como as roupas estão sendo mostradas, pois o design digital 3D, a realidade aumentada e os vídeos já são uma realidade. Mas, sim, o que e quando serão mostradas”.

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Por Giuliano Gonçalves, via E-Commerce Brasil.