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NRF 2020: varejo deve usar dados para transformar experiências

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Tema comum a algumas apresentações e palestras do terceiro e último dia da NRF 2020, o uso de dados tende a ser visto pelo varejo sob um novo prisma a partir de agora. Mais do que aplicar ferramentas tecnológicas para processar informações geradas na era digital, o propósito deste trabalho passa a ser o mais importante. Não basta mais usar os dados para basear as decisões de uma organização, é preciso utilizá-los para garantir segurança e transformar a experiência de compra em toda a jornada.

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Como abordado em muitos momentos desta terça-feira, melhorar a experiência é uma ação que mudou de patamar. Com uma geração de consumidores absolutamente exigentes e com bastante vivência em novos modelos de consumo, não adianta apenas estar em diversos canais e oferecer uma jornada prática e intuitiva. Tudo isso agora se torna básico.

Consumidores agora exigem valores e propósito

Hoje, os consumidores são atraídos por marcas que compartilham seus valores específicos em sustentabilidade, transparência e autenticidade. Ao mesmo tempo, eles querem uma experiência de compra imersiva e um alto nível de envolvimento.

Para envolver esse novo consumidor, as marcas precisam ter valores e fornecer uma experiência rica, que desperte e mantenha interesse, como abordou Russell Kahn, vice-presidente executivo da Puma North America Retail.

Dados apresentados pela IBM sobre tendências de consumo global mostram que a busca pela sustentabilidade e marcas transparentes está cada vez mais ativa. De acordo com os resultados, os entrevistados afirmaram que pagariam 35% a mais do valor para comprar produtos considerados sustentáveis.

Ainda de acordo com o estudo, um em cada três consumidores deixaria de comprar seus produtos preferidos se perder a confiança. Obviamente, as pessoas estão dispostas a mudar seus hábitos de consumo.

Economia passa a ser emocional

Em um mundo no qual algumas virtudes aparentemente esquecidas voltam à demanda popular, há a consequente mudança de um ecossistema comercial baseado em produtos e serviços para uma economia emocional. Tal fato, obviamente, demanda uma mudança do varejo, como colocou Amy Vener, estrategista de varejo do Pinterest, em sua palestra.

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Segundo ela, ações importantes estão sendo tomadas atualmente por varejistas experientes para mostrar aos clientes que eles se importam e estão ouvindo, com proximidade e conexão, a voz do consumidor.

Como dados ajudam neste novo sistema comercial

É consenso entre os palestrantes que passaram pelo terceiro dia da NRF que os dados estão transformando a experiência de compra no varejo, beneficiando empresas e clientes. Além de ajudar a equilibrar o estoque, gerenciar pedidos e rastrear preços, os dados possibilitam conhecer a especificidade de cada consumidor com uma riqueza detalhes inimaginável até pouco tempo atrás.

Com a possibilidade de conhecer tão bem cada cliente, empresas podem aplicar ferramentas tecnológicas capazes de processar estes dados rapidamente, fazendo com que as organizações criem ações que transformem a experiência de compra ao ponto de causar mais do que um simples satisfação no clientes, gerando, sem exagero, um verdadeiro encantamento em cada um deles, promovendo lealdade e engajamento.

Segurança para gerar confiança

É claro que todas essas possibilidades geradas por tanta inovação e tantas transformações pelas quais o varejo passa atualmente também estão disponíveis para pessoas que, infelizmente, fazem uso da tecnologia para fins criminosos, como é o caso de fraudadores, por exemplo.

Obviamente, em um momento no qual os valores se tornam protagonistas do varejo, a confiança surge como requisito imprescindível. E para que exista confiança, é preciso existir segurança em cada um dos processos necessários para que empresas transformem a experiência de seus clientes em jornadas encantadoras.

Por isso, grandes organizações do varejo têm investido maciçamente na contratação de parceiros especializados em gestão de risco e soluções antifraude, uma vez que a maioria das empresas já entendeu que é praticamente impossível imaginar uma boa experiência para seus clientes sem um processo rápido e sem atritos de checagem e proteção de dados.

Quando uma empresa leva esta parte do trabalho a sério, mostra a seus clientes que é confiável e que está comprometida com a busca por constante transparência, confiança e proteção aos seus consumidores.


Este conteúdo foi escrito pelo jornalista Felipe Tchilian para o blog de conteúdo da ClearSale e reproduzido com autorização da empresa.