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Nômade digital: uma tendência que veio para ficar

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Nômade digital e oportunidades de contratação fora do Brasil foi o tema da palestra apresentada pelo country manager da Deel, Cristiano Soares, no Fórum E-Commerce Brasil ‘ 21– Grand Connection.

De acordo com Soares, durante a pandemia as empresas se viram obrigadas a se adaptar de forma muito rápida e acabaram antecipando um movimento que já aconteceria futuramente, sobretudo, com o uso de novas ferramentas, à exemplo do Zoom, que se aprimorou para atender às novas formas de trabalho; de novos modelos de gestão e fazendo contratações internacionais. Ele afirma que o Brasil é um dos países que mais cedem profissionais para empresas americanas.

“Muitas pessoas acreditam que nômades digitais são só os blogueiros e influencers, que trabalham viajando, mas nômade digital é aquele profissional que deixou de trabalhar em um lugar fixo, mas também não tem uma cidade fixa, ele pode se movimentar em várias cidades, sem que o fuso, a cultura da cidade, o local, atrapalhe o desenvolvimento das atividades dele. Essa nova geração busca troca cultural, aprendizado está mais no ser mais do que ter”, opina.

Com o avanço da vacinação e a consequente queda no número de casos e óbitos por coronavírus (Covid-19), há a tendência de as empresas retornarem às atividades presenciais. No entanto, muitas instituições já perceberam que o trabalho remoto é um caminho sem volta.

“É claro que algumas funções é extremamente necessário que se trabalhe do escritório, outras, não. Um estudo realizado pelo instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que o home office pode atingir 22,7% da população brasileira, o que corresponde a mais de 20 milhões de pessoas. É para onde o caminho está sugerindo, você vai para o home office e o próximo passo é poder escolher de onde trabalhar”, destaca.

Benefícios

Além da possibilidade de contratações internacionais e a oportunidade de brasileiros trabalharem para empresas de fora, ser um nômade digital traz outros benefícios, entre os quais passar mais tempo com a família e a solução para a falta de mão de obra qualificada para determinadas funções. Mas, para que a relação gestor/funcionário flua de forma harmoniosa, é preciso considerar pontos importantes, como a boa comunicação, o planejamento e a cultura do feedback.

“Boa comunicação é ser linear, direto na estratégia que você quer passar. Planejamento é importante no trabalho local e no remoto é ainda mais, você não tem os squads próximos, então é muito importante como você organiza, comunica e acompanha os seus objetivos. No trabalho remoto não tem o cafezinho para ter uma conversa informal, então ter uma cultura de feedback clara, transparente e direta é muito essencial para aprimorar o desempenhos desses profissionais”.

Algumas características e soft skills são pertinentes para ser um nômade digital bem-sucedido. É indispensável ser auto gerenciável, criativo e ter jogo de cintura para resolver problemas. “No trabalho à distância, quando eu não dou autonomia para o profissional resolver os problemas dos clientes, eu atraso todo o processo e acabo impactando a minha operação”, explica Soares. Flexibilidade e organização, da mesma forma, são bem-vindas.

Entre os profissionais mais buscados pelas empresas que apostam nesta modalidade de trabalho estão os que atuam na área de atendimento ao cliente, de vendas, de tecnologia e os designers.

E, ao contrário do que se pensa, a possibilidade de adoção do trabalho remoto, na modalidade nômade digital, já é um cenário também para as pequenas empresas.

Por Tatiana Moura, em cobertura especial para o Fórum E-Commerce Brasil.

O Fórum E-Commerce Brasil Grand Connection acontece nos dias 13, 14 e 15. O evento de alcance global conta com a participação de especialistas e grandes nomes do comércio eletrônico. Acompanhe ao vivo.

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