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Natural da Terra abrirá lojas menores após compra pela Americanas

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

A rede varejista de hortifruti Natural da Terra planeja expansão física e digital, após ser comprada pela Americanas por R$ 2,1 bilhões. Os planos já existiam e estavam em andamento desde que Thiago Picolo assumiu a presidência da empresa em 2019, mas ganhou um novo impulso. A média da empresa era de abrir 10 unidades em um ano; hoje os planos são de abertura de mais 20 até o fim de 2021.

Como o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda não aprovou a transação, Picolo dá seguimento aos projetos da empresa. A companhia planeja aumentar o número de unidades “Leve”, unidades menores, com até 200 m², que atuam como quitandas de bairro. Enquanto isso, as lojas convencionais chegam a a ter um espaço de 1,2 mil m².

Por mais que este tipo de unidade aloque menos produtos, esses são de maior valor agregado, como saladas de frutas e sucos prontos. Sendo assim, pelo menos 40% das novas instalações devem ser no modelo “Leve”. Além disso, faz parte dos planos da empresa entrar em outros mercados no interior de São Paulo e Minas Gerais, locais onde os mercados maiores da marca poderão abastecer os menores.

Serviço digital

O modelo Leve também ajuda na expansão do serviço digital, pois vira uma espécie de centro de distribuição para as vendas realizadas pela internet. E esse negócio chamou bastante a atenção da Americanas. Hoje, 16% das vendas do Natural da Terra são realizadas pelo comércio eletrônico.

Durante a pandemia, de acordo com Picolo, essa fatia chegou a ser de 21%. “Mas meu sonho é que todos os clientes sejam multicanais, que comprem tanto pela internet quanto pelas lojas físicas”, afirma ele.

Ainda de acordo com Picolo, os consumidores que compram tanto pela internet quanto na loja física são os mais recorrentes e que gastam mais por mês.

A empresa estima que o cliente que só compra de forma física visite o estabelecimento 34 vezes por ano, com gasto médio de R$ 550 por mês. Enquanto isso, os que adotaram os canais digitais realizam 67 compras anuais, com um gasto mensal de R$ 1 mil.

Americanas

Mesmo sem ainda poder colocar em prática possíveis sinergias com a Americanas, Picolo vê a possibilidade de a companhia vender produtos frescos em parte das 2.150 lojas da varejista controlada pelo fundo 3G Capital, liderado pelo bilionário Jorge Paulo Lemann.

A ideia é investir em produtos de maior valor agregado e que possam ser consumidos no local, como os das lojas menores. Essas opções seriam da marca própria da companhia, que já vende desde produtos perecíveis até ovos, comprados diretamente com produtores.

Além disso, Picolo não confirma se a empresa vai passar a vender os seus produtos somente em aplicativos vinculados ao grupo. Hoje, além do Americanas Mercado e do Supermercado Now, ambos controlados pela varejista, o Natural da Terra também vende pelo Rappi e pelo iFood.

Mas o que é praticamente certo, segundo ele, é que nada muda na estrutura da gestão da companhia. “Mesmo depois da transação concluída, a ideia é que as marcas e as operações retenham a sua individualidade. É um conceito fundamental do ecossistema”, afirma.

Fonte: Info Money. 

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