A empresa comércio eletrônico Mercado Livre anunciou nesta quarta-feira a abertura da sua plataforma para venda de produtos de lojas estrangeiras, numa ofensiva para elevar a oferta de itens e manter a liderança no Brasil.
Atualmente, cerca de 800 produtos de quatro varejistas norte-americanas estão presentes na plataforma, conhecida no jargão do mercado como marketplace.
Apesar de grandes companhias que operam no e-commerce brasileiro terem iniciado suas operações de marketplace no ano passado -entre elas Nova Pontocom, do Grupo Pão de Açúcar, o Walmart e a B2W- o diretor-geral do Mercado Livre no país, Helisson Lemos, negou que a investida tenha sido feita diante do aumento da competitividade no setor.
“O grande propulsor disso é a demanda. (O nosso negócio) é uma eterna busca de demanda e oferta”, afirmou. “Queremos ter uma oferta infinita”.
Inicialmente, a negociação para vender no Brasil está aberta apenas a empresas dos Estados Unidos, mas a companhia prevê a expansão do modelo para o mercado asiático, disse Lemos, sem estimar prazos.
Na avaliação do vice-presidente de operações do Mercado Livre, Stelleo Tolda, a entrada de novos competidores no mercado de marketplace é encarada antes “como um crescimento do bolo, que abre mais espaço para a gente, do que um jogo de soma zero, em que tiram nossa participação”.
“Do ponto de vista do comprador, ele sempre vai buscar onde tem a maior oferta. Do ponto de vista do vendedor, a gente tem a vantagem de começar de um tamanho específico”, disse Tolda.
A companhia, que completa quinze anos em agosto, vem crescendo no mesmo ritmo do comércio eletrônico, disse o executivo, ressaltando que o objetivo do Mercado Livre é manter sua fatia de mercado no país, que não é divulgada pela empresa.
Na prática, as varejistas internacionais que entrarem no marketplace do Mercado Livre irão seguir as mesmas etapas e receber pela venda da mesma forma que os lojistas brasileiros, arcando com comissões sobre os produtos que vão de 6,5 a 10 por cento e com o eventual pagamento de uma tarifa por anúncio.
A possibilidade de fazer anúncios grátis e fechar vendas sem pagar nada só é aberta às pessoas físicas – público que, neste momento, ficará de fora da expansão internacional do marketplace do Mercado Livre.
A diferença, no caso dos estrangeiros, é que eles necessariamente utilizarão dois serviços da empresa, o que é facultativo para os brasileiros. Além do Mercado Pago, sistema de pagamento que já embutirá todos os impostos e frete envolvidos no processo, as empresas de fora também usarão o Mercado Envios, de gerenciamento logístico.
A entrega, feita pelos Correios, deverá ser concluída em até três semanas, afirmou Lemos.
Por: Reuters