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Lojas virtuais vendem quase 4 semanas de Black Friday em abril

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

O mês de abril se consolidou como o primeiro mês completo com as lojas físicas fechadas em grande parte do país por conta das medidas de isolamento social. Com o e-commerce como única alternativa para o varejo, as lojas virtuais registraram um número de pedidos equivalente a 3,5 vezes o número alcançado na Black Friday 2019, principal data do comércio eletrônico. O levantamento foi realizado pela plataforma de e-commerce Nuvemshop, que conta atualmente com mais de 35 mil lojas.

Durante o período, o desempenho foi superado a cada semana, chegando a um volume de pedidos apenas 7% menor do que a tão esperada data de liquidações de final de ano. No comparativo com o mês de março, que obteve alta significativa apenas na segunda quinzena com o início da quarentena, o aumento foi de 45%. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, em condições normais, o aumento foi de 175%.

De acordo com Luiz Piovesana, CMO da Nuvemshop, o desempenho comparável à Black Friday se torna ainda mais relevante porque apenas 16% das transações foram concluídas com descontos (contra 19,4% em março), diferentemente da data reconhecida pelas ofertas atrativas.

“O e-commerce está vivendo uma constante Black Friday, pensando no volume de compras, e não promoções. Depois do estado de choque inicial causado pelo isolamento social, tanto empreendedores quanto consumidores estão readaptando a forma de consumir e isso invariavelmente está acontecendo no on-line”, afirma Piovesana.

Produtos digitais dominam nas lojas virtuais

Nas lojas virtuais, as dez categorias que registraram maiores crescimentos nas vendas são lideradas por Produtos Digitais, que engloba conteúdos como cursos, jogos e aplicativos online, com 275,1% em relação a março. Em seguida, aparecem as categorias Brinquedos, com 127,2% e Comida e Bebida, com 110,3%, seguidos pelos praticamente empatados Presentes, com 85,4% e Pets, com 85,3%.

Completam o ranking Música & Filmes (78,1%), Materiais de Escritório (66,7%), Casa & Decoração (62,2%), Joias & Bijouterias (54,4%) e Moda (54,3%). Já as categorias que apresentaram números negativos foram Viagens (-98,7%), Serviços (-16,3%) e Equipamentos Mecânicos (-5,1%).

A Nuvemshop perguntou ainda qual o nível de satisfaão dos lojistas após os resultados do mês de abril. Entre os respondentes, 53,5% disseram estar “otimistas e vendo oportunidades de continuar com bom nível de vendas” ou “sem maiores preocupações” em relação ao futuro do seu negócio. Já 30,5%, afirmaram estar “muito preocupados, cogitando encerrar as atividades se o isolamento permanecer pelos próximos meses”.

Inovação diante da necessidade

Segundo Luiz Piovesana, passado o susto inicial, o consumidor voltou a comprar produtos para usar quando o isolamento acabar. Além dessa mudança de comportamento, o executivo aponta ainda a criatividade do empreendedor diante da necessidade como um dos principais impulsionadores nesse momento de incertezas econômicas.

“Estão surgindo serviços mais específicos, como experiências online para aprender gastronomia ou contação de histórias para crianças. Buffets, artistas e lojas de presentes também estão criando alternativas para comemorações feitas com distanciamento social, ou para datas como Dia das Mães”, afirma.

“O que percebemos é que o isolamento está promovendo uma revolução digital sem precedentes, acelerando as mudanças de hábitos que levariam anos em apenas alguns meses”, finaliza o executivo.

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