Latam Retail Show: propósito, Inovação, Execução e o papel do varejo no desenvolvimento do País
Durante o Latam Retail Show que acontece em São Paulo nos dias 23, 24 e 25 de Agosto, aconteceu o painel "Propósito, Inovação, Execução e o papel do varejo no desenvolvimento do País", que contou com a presença de Claudia Elisa Soares, CEO - Fnac, Frederico Trajano, Diretor-presidente do Magazine Luiza, Dimitrios Markakis, Pres. do Cons. de Adm. da Construdecor, João Pedro Paro, Presidente da Mastercard, Josué Gomes da Silva, Presidente da Coteminas e Roberto Lima, Diretor-presidente da Natura.
Pensando num contexto pós-crise econômica, a maioria dos executivos estão otimistas com a retomada da economia nos próximos meses. "Na Fnac estamos otimistas. O tempo de recessão serviu para otimizar todos os processos e ao mesmo tempo foi um momento de ter mais cautela nos investimentos. A perspectiva é: o país vai crescer e quem investir agora vai estar mais preparado para colher resultados do que vai acontecer adiante", disse Claudia Elisa Soares, CEO da Fnac.
Para Dimitrios Markakis, Presidente do Conselho de Administração da Construdecor, o momento foi uma "tempestade perfeita". "Tudo que podia dar errado deu, juros altos, crise, desemprego, corrupção... Mas de um lado temos os varejistas que têm know how e sabem que o Brasil vai dar certo, e do outro, no curto prazo, o varejista internacional que ainda está assustado com a corrupção", disse. Para ele, os pequenos ainda "domam bem a crise", apesar de muitos não estarem preparados para o futuro, e não se digitalizarem. "Os grandes varejistas vão continuar crescendo e ver oportunidades na crise", disse Dimitrios.
Um dos setores que tem crescido muito no Brasil é o de pagamentos. Segundo João Pedro Paro, Presidente da Mastercard, estima-se que um terço de todos os pagamentos realizados no Brasil sejam eletrônicos. "O maior desafio agora é saber se o nosso modelo de negócio atende a todos os segmentos do varejo. Se você fizer uma transação de 5 milhões o modelo atual não está adequado e se fizer uma transação de 10 centavos também não. O modelo de negócio será um diferencial, bem como as novas tecnologias que permitem que o cliente se sinta confortável e tenha a mesma confiança que tem no ambiente físico, no digital", disse João Pedro. Ele ainda revela que a Mastercard está desenvolvendo modelos de autenticação e estratégias de integração de pagamentos entre canais para que o consumidor tenha uma experiência genuinamente omnichannel. "Já lançamos os sistemas e agora vamos avançar cada vez mais nisso", disse.
Josué Gomes da Silva, Presidente da Coteminas, diz que a indústria está cada vez mais aprendendo com o consumidor final. "O que estamos aprendendo mais é admirar a indústria do varejo, sua dinâmica, tecnologia e inovação - tendo em vista os inúmeros obstáculos que o Brasil oferece. Estamos aprendendo com nossos consumidores e tentando levar todo o conhecimento para os nossos varejistas", disse. Ele se diz otimista, e acha que o país está na iminência de uma mudança muito importante, principalmente na área fiscal. "Em outras ocasiões demonstramos capacidade de melhorar e vamos fazer a mesma coisa agora. Há uma consciência de que precisamos ajustar a parte fiscal para que a taxa de juros possa cair", completou. Ele continua, ressaltando a relevância do varejo para a economia brasileira. "O varejo é a locomotiva que puxa todo o resto. Sempre tivemos muita preocupação com os custos e aprendemos que o que importa é atender o consumidor final - isso nos proporcionou a oportunidade de melhorar nossos produtos como um todo: no design, no atendimento, etc - o que tem se traduzido em crescimento de marketshare", finalizou.
Roberto Lima, Diretor-presidente da Natura falou sobre as mudanças do consumidor omnichannel. "Identificamos a necessidade de ser omnichannel. Não porque queremos, mas porque o consumidor é omichannel, em função da conveniência e não há como não se adaptar", disse. Segundo ele, a empresa iniciou os projetos nos últimos dois anos, lançando o e-commerce e fazendo um trabalho com as consultoras para estimular que os consumidores entrem no site da empresa. "99,9% dos nossos pedidos são colocados pelas consultoras através da internet e 100% das nossas entregas são feitas a domicílio. Já é uma estrutura para e-commerce. A recompra existe, mas as pessoas querem novidades, o que faz com que o processo criativo e tecnológico seja rápido", disse.
Sobre o futuro das lojas físicas, Frederido Trajano, Diretor-presidente, do Magazine Luiza acha que elas continuarão sendo extremamente relevantes. "A loja física continuará muito relevante no contexto geral dos negócios, basta ver os movimentos da Amazon e Apple", disse. Para ele, o futuro da loja é ser um centro de experiência e distribuição. "Através de atendimento, eventos, contato físico com cliente geramos essas experiências que não são possíveis na internet. Estamos fazendo 1 evento por mês no Magazine Luiza. A internet é imbatível em preço e conveniência, o custo é menor. Se você perde em preço e conveniência você pode ganhar em serviço pra tentar competir com a internet. No quesito distribuição é preciso ter uma logística muito bem estruturada para que o cliente possa levar o produto na hora. As lojas vão precisar ser altamente produtivas. A tendência é que a área média reduza e os varejistas que têm contratos de espaço físico muito grandes estão com sérias dificuldades", disse.