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Jumia aposta na separação de braço logístico para gerar lucros na África

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Quando foi lançado na Nigéria em 2012, o Jumia percebeu rapidamente quanto trabalho era necessário para construir um serviço de logística que pudesse permitir suas ambições de comércio eletrônico em todo o continente africano.

Na verdade, os primeiros negócios de comércio eletrônico na África enfrentaram vários problemas, que iam desde déficits de confiança por parte dos clientes até a falta de infraestrutura de pagamentos online confiável. No caso desses dois problemas principais serem superados e um pedido ser colocado, a logística para garantir a entrega rápida em cidades congestionadas com sistemas de endereçamento limitados também se mostrou complicada.

Após oito anos de iteração, o braço de entrega da Jumia agora consiste em uma rede de mais de 300 parceiros de correio e tecnologia proprietária para rastrear rotas de entrega ideais, estoque e pagamentos. Também inclui mais de 110.000 m² de espaço de armazenamento em todo o continente, bem como uma vasta rede de estações de entrega e coleta que oferecem à empresa uma presença offline mais ampla.

Parcerias para pontos de coleta

Quinze meses atrás, a Jumia fez parceria com a Vivo Energy (proprietária dos postos de gasolina das marcas Engen e Shell em toda a África) para instalar postos de coleta nos mais de 2.000 postos de gasolina da Vivo.

Juntos, o braço de logística da Jumia está disponível exclusivamente para fornecedores em seu mercado até agora. A empresa está abrindo seus serviços de logística para usuários terceirizados em 11 países da África.

Segundo reportagem do Quartz Africa, esse é um movimento que vê Jumia instantaneamente se tornar um dos maiores players no espaço de logística de comércio eletrônico em todo o continente. A empresa também está provavelmente apostando em ganhar força rapidamente conquistando clientes em potencial por meio de seus anos de experiência em logística, desde o manuseio do produto até a entrega final.

A mudança também é potencialmente crucial para o setor de e-commerce mais amplo, considerando o quanto uma logística eficiente tem sido para as empresas que buscam ampliar seu escopo por meio do comércio e entrega online.

Em busca de lucros

A abertura de sua rede de logística para usuários terceirizados é a última jogada da Jumia enquanto busca trilhar um caminho para a lucratividade. Embora a liderança da empresa tenha definido a meta de atingir lucratividade até 2022, a Jumia ainda está acumulando grandes perdas trimestrais de US$ 1 milhão e enfrentou um ano tumultuado desde sua IPO de alto perfil de bilhões de dólares na Bolsa de Valores de Nova York no ano passado.

Os resultados de ganhos mais recentes da empresa mostraram um prejuízo operacional de US$ 44,3 milhões, bem como uma queda de 13% no volume bruto de mercadorias de um ano para outro.

A decisão de otimizar seu serviço de logística como gerador de receita reafirma que a empresa está olhando além do e-commerce para obter receitas e lucros. De fato, os executivos-chefes da Jumia passaram grande parte do ano passado discutindo planos de buscar participação no mercado de pagamentos em todo o continente, desmembrando o Jumia Pay, uma solução interna de pagamentos, como um produto autônomo.

Até agora, o Jumia Pay já está disponível em sete países africanos e tem ganhado força de forma constante no mercado de Jumia. Os relatórios de ganhos do segundo trimestre mostraram que o volume total de pagamentos no Jumia Pay mais do que dobrou ano após ano, chegando a US$ 63,1 milhões, enquanto as transações chegaram a 2,4 milhões.

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Fonte: Quartz Africa