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Intenção de consumo sobe 0,5% em novembro, segundo Fecomercio

Em novembro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou a quinta alta consecutiva, registrando 73,9 pontos no mês, em uma escala que varia de zero a 200, o maior patamar desde julho de 2015, segundo levantamento divulgado pela Fecomercio. Em relação a outubro, o crescimento foi de 0,5% e no contraponto anual de 13,1%.

As maiores elevações no comparativo mensal foram  o item Nível de Consumo Atual, cuja satisfação passou dos 40,6 pontos para 42,4 pontos em novembro, alta de 4,5%, e o item Emprego Atual que subiu 1,3% e atingiu os 98,6 pontos, se aproximando da barreira de satisfação dos cem pontos.

Apesar da elevação, a assessoria econômica da FecomercioSP pondera que o item Nível de Consumo Atual é o que tem a menor pontuação, dessa forma, qualquer mudança tende a ter variações mais acentuadas. Assim, a grande maioria dos paulistanos ainda está gastando menos em relação ao ano passado e, portanto, a alta deve ser entendida como uma leve recuperação da insatisfação.

Outro destaque, o item Emprego Atual revelou que os paulistanos também estão menos inseguros nos seus empregos em relação ao mesmo período do ano passado, com elevação de 8,3%.

No que tange ao consumo e emprego, os itens de expectativa para o futuro tiveram resultados modestos e até mesmo negativos na comparação mensal, porém, apresentaram expressivos crescimentos em relação ao mesmo período de 2015. O item Perspectiva Profissional retraiu 1,1%, na comparação com outubro, e atingiu os 108,1 pontos, alta de 18,4% no contraponto anual. Este é o único item entre os avaliados que está no patamar de satisfação, acima dos 100 pontos, em que a maioria dos paulistanos prevê uma melhoria profissional para o responsável pelo domicílio nos próximos seis meses.

Já o item Perspectiva de Consumo, por sua vez, teve leve alta mensal de 1,2% e chegou aos 68,9 pontos, 51,6% acima do visto em novembro do ano passado, quando foi registrado 45,4 pontos.

O item Renda Atual atingiu, em novembro, 82,4 pontos, elevação anual de 6,7%. A Federação ressalta que o resultado é motivado pelo arrefecimento da inflação. Até outubro o IPCA (inflação – índice de preços) na Região Metropolitana de São Paulo subiu 7,3% no acumulado de 12 meses, abaixo dos 10,5% registrados no mesmo período do ano passado. A inflação segue na trajetória descendente, o que contribui para aumentar o poder de compra das famílias.

O último item que registrou crescimento em relação a outubro foi o Momento para Duráveis com 1%, passando de 48 pontos para 48,5 pontos, ou seja, pouca diferença mensal, mas houve elevação de 17,6% no comparativo anual. Mesmo com esta redução gradual da insatisfação, o patamar ainda é muito baixo o que significa que a grande maioria das famílias paulistanas está considerando um mau momento para compras de bens como TV, geladeira, fogão, etc.

Por fim, o item Acesso a Crédito foi o único que apresentou queda tanto na comparação mensal quanto na anual. Contra outubro a retração foi de 2,1% e de 2,4% na comparação com novembro de 2015. A pontuação no mês foi de 68,3 pontos. Segundo a FecomercioSP, o resultado mostra que com a maior seletividade dos bancos diante da crise econômica e os juros batendo recordes de alta, o consumidor encontra mais dificuldades de obtenção de crédito para compras a prazo.

Para o próximo ano, o setor ainda terá que esperar pelo desenrolar de novos fatos políticos, como o resultado da eleição americana, para continuar a trajetória de crescimento da intenção do consumo.

A FecomercioSP pondera que caso o presidente americano eleito decida aumentar os gastos públicos, como o mercado está esperando, poderá também elevar os juros e, com isso, haverá uma alocação de recursos para aquele País, o que evitará internamente uma queda maior dos juros e da inflação, este último pressionado por uma possível desvalorização da moeda nacional.

Portanto, além da continuidade dos efeitos da maior crise que o Brasil já passou, agora tem o cenário externo, que deverá dificultar ainda mais a retomada da economia brasileira.

Fonte: FecomercioSP