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Impulsionada pela pandemia, expansão do e-commerce chega a 40% ao ano

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A expansão do e-commerce no país bateu um importante recorde em 2020, totalizando mais de 1,3 milhão de lojas online, com um ritmo de crescimento de 40,7% ao ano, como revela a 6ª edição da pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro. O mapeamento é feito desde 2014 pelo PayPal Brasil em parceria com a BigData Corp.

Reflexo direto da pandemia de Covid-19 e da necessidade de digitalização das empresas, a migração em massa de pequenos negócios para o comércio eletrônico impressiona. Em 2019, 26,93% dos e-commerces eram de pequeno porte e faturavam até R$ 250 mil por ano, segundo o mapeamento. Hoje, esses negócios passaram a representar perto da metade das lojas online (48,06%).

“Muitos negócios tiveram de migrar para a versão online por causa da pandemia – para serem capazes de manter um mínimo de vendas e conseguirem sobreviver. Isso, claro, somado ao amadurecimento que o setor vem apresentando no decorrer dos últimos anos – haja visto o crescimento registrado em 2019, que já havia batido os 37%”, enumera Thiago Chueiri, diretor de Desenvolvimento de Negócios do PayPal Brasil.

 

Além da expansão acelerada, o e-commerce no Brasil segue amadurecendo: 55,68% já adotam meios eletrônicos de pagamento, o que representa um aumento de 5,4 pontos percentuais em relação ao estudo de 2019. Da mesma forma, 76,55% das lojas online se encontram em uma das 211 plataformas de e-commerce mapeadas, aumento de 2,52 pontos percentuais sobre o resultado de 2019.

“Para enxergar a presença do pequeno empreendedor no e-commerce brasileiro é preciso avaliar quantos e-commerces não têm sequer um único empregado: pela primeira vez este ano eles são maioria, ou 52,63%. Quando o corte são as lojas online com até cinco empregados, o universo desses pequenos negócios abrange mais de 3/4 do total de comércios eletrônicos”, diz Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigData Corp.

Confira os principais destaques do estudo deste ano:

O e-commerce brasileiro em 2020

  • O e-commerce já é responsável por 8,48% do total de sites na internet brasileira. Essa fatia não passava de 2,65% há cinco anos.
  • 88,77% dos sites de e-commerce no Brasil recebem até 10 mil visitas mensais. Outros 8,73% são grandes sites, com mais de meio milhão de visitas mensais. Os 2,5% restantes estão na faixa intermediária: recebem entre 10 mil e meio milhão de visitas por mês.
  • 76,55% dos e-commerces oferecem até dez produtos em seus sites; 12,17% oferecem de 11 a 100 produtos; enquanto 11,28% apresentam mais de uma centena de produtos.
  • São Paulo segue sendo o estado que concentra a maioria dos e-commerces no Brasil (58,95%). Em segundo lugar, está o Rio de Janeiro, com 6,93%, e Minas Gerais, com 6,2%.
  • 76,67% das ofertas de produtos nos e-commerces brasileiros custam menos de R$ 100; 10,31% delas se situam entre R$ 100,01 e R$ 500; em seguida, há a faixa dos produtos acima de R$ 1 mil, com participação de 10,07%.
  • A faixa de preços com a menor participação, 2,95%, é a das ofertas entre R$ 500,01 e R$ 1 mil (*).
  • “A acessibilidade nos e-commerces aumentou 200% porque antes era quase inexistente, mas ainda está bem longe do ideal”, critica Rodrigues.

Mídias sociais no e-commerce

  • As mídias sociais já são adotadas por 68,63% das lojas online.
  • O YouTube cresceu em importância no e-commerce brasileiro: entre as lojas online que se utilizam de mídias sociais, ele está presente em 39,87%, aumentando sua participação em 7,65 pontos percentuais em relação a 2019. A plataforma fica atrás apenas do Facebook, presente em 54,18% dos comércios eletrônicos do país. Na sequência, vêm Twitter (30,45%), Instagram (21,16%), e Pinterest (4,81%).

“O crescimento do Youtube e do Instagram é uma tendência porque os vendedores estão usando mais ferramentas visuais e interativas para engajar os clientes, seja com vídeos de demonstração dos produtos, reviews de influenciadores ou mesmo comunicação da marca com os clientes”, explica Rodrigues.

  • Entre as soluções adotadas pelas lojas online, a mais popular é a das plataformas fechadas (63,41%), que vêm conquistando participação gradual e constante desde o início da série histórica, segundo o mapeamento. Em seguida, as lojas sem plataforma são o formato preferido por 23,45% dos e-commerces. Plataformas abertas respondem por apenas 13,14% do total.

  • A adesão ao SSL (Secure Sockets Layer), uma camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja online, voltou a crescer e hoje se encontra em 88,43%. Essa adesão só foi maior em 2017, quando chegou a 91,27%.

  • 81,96% dos e-commerces no país já são responsivos, ou seja, já estão preparados para serem acessados em qualquer tela, inclusive a do celular. Este é mais um recorde desta edição da pesquisa.

 

  • Já a presença de analytics caiu 6,4 pontos percentuais entre as lojas online este ano, para uma participação de 48,55%. Segundo Rodrigues, “embora as plataformas entreguem os sites, elas não entregam os dados do analytics, pois algumas preferem usar suas próprias soluções”.

(*) Os valores citados são preços médios dos sites, ou seja, a média do preço de todos os produtos vendidos em uma dada loja virtual.

Metodologia

A série Perfil do E-Commerce Brasileiro usa o processo de captura de dados da internet da BigData Corp., o qual prevê o processamento de mais de 10 petabytes semanalmente, extraídos de visitas a mais de 28 milhões de sites brasileiros, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Os dados apresentados foram colhidos na primeira semana de agosto de 2020.

Para acessar o mapeamento na íntegra, basta acessar a página do PayPal

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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil