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Gucci passará a aceitar criptomoeda para pagamento nos EUA

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

A Gucci, marca de moda de luxo, está explorando a multidão de criptomoedas. Para isso, aceitará pagamentos de criptomoeda em algumas lojas dos EUA no final deste mês e planeja estender o piloto a todas as suas lojas operadas diretamente na América do Norte neste verão. O movimento marca uma validação importante para a moeda de uma marca de luxo líder.

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Como funcionará

Os pagamentos criptográficos na loja serão feitos com um link enviado por e-mail ao cliente. No caso, o link contará com um código QR para a pessoa pagar direto da carteira de criptomoedas. As primeiras lojas Gucci a aceitar criptomoedas são Wooster Street em Nova York, Rodeo Drive em Los Angeles, Miami Design District, Phipps Plaza em Atlanta e The Shops at Crystals em Las Vegas. A Gucci aceitará pagamentos em mais de 10 moedas, incluindo:

  • Bitcoin;
  • Bitcoin Cash;
  • Ethereum;
  • Wrapped Bitcoin;
  • Litecoin;
  • Shiba Inu;
  • cinco stablecoins atreladas ao dólar americano;
  • e Dogecoin, criptomoeda “meme” originalmente criada como uma piada.

Pagamentos criptográficos geralmente são aceitos em espaços físicos. Para tanto, ocorrem por meio de um código QR ou leitor NFC em um terminal de ponto de venda existente. O sistema se conecta ao aplicativo de criptomoeda do smartphone de um cliente, semelhante aos pagamentos com cartão de crédito móvel. Vale lembrar que o varejista pode converter automaticamente o pagamento em moeda fiduciária, como dólares americanos, ou manter os pagamentos na forma de criptomoeda.

Pioneira em pagamentos por criptomoedas

As marcas têm testado cada vez mais as tecnologias blockchain, mas os pagamentos de criptomoedas nas lojas ainda são incipientes. A Gucci se estabeleceu como uma das primeiras a adotar as tecnologias Web3. Portanto, Blockchain e pagamentos criptográficos marcam outro passo em direção à Gucci, combinando sua presença física existente com seus esforços emergentes na Web3.

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Mais recentemente, a Gucci compartilhou por meio de seu servidor Gucci Vault Discord um outra novidade. Na ocasião, proprietários de dois de seus projetos NFT (SuperGucci e Gucci Grail) teriam acesso especial para pré-encomendar uma coleção Gucci antes de ser lançada ao público em geral. É um movimento que claramente liga as coleções da NFT e a comunidade Web3 da Gucci ao consumo no mundo real — portanto, um passo significativo para uma marca de luxo.

“A Gucci está sempre procurando adotar novas tecnologias quando elas podem fornecer uma experiência aprimorada para nossos clientes”, disse Marco Bizzarri, presidente e CEO da Gucci, em comunicado. “Agora que podemos integrar criptomoedas em nosso sistema de pagamento, é uma evolução natural para os clientes que gostariam de ter essa opção disponível para eles”.

Gucci ditando tendência em pagamentos

Um punhado de outros varejistas de luxo começou a testar pagamentos de criptomoedas. Em março, a Off-White anunciou que lojas próprias em Paris, Londres e Milão começaram a aceitar pagamentos. Para isso, a empresa passou a receber via Bitcoin, Ethereum, Binance Coin, Ripple e stablecoins Tether e USD Coin.

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Interessante é saber como a tecnologia funciona. Afinal, ela processa as transações usando um terminal que encontra a melhor taxa de câmbio de criptomoeda para fiduciário no momento da transação. A partir disso, digitaliza um código QR fornecido pelo aplicativo de pagamento do cliente. Não possui limites de pagamento, mas oferece apenas reembolsos como crédito na loja em moeda local. Isso se deve em parte à relativa volatilidade no valor de várias criptomoedas. A Gucci planeja oferecer retornos para compras de criptomoedas em criptomoeda.

Moda de luxo com galeria NFT

Outra marca de luxo, a Philipp Plein está em processo de construção de uma loja diferenciada em Londres. Além de aceitar pagamentos criptográficos, o local contará com uma galeria NFT — segundo o fundador, as pessoas terão a opção de atualizar certas compras com uma NFT digital descentralizada e vestível correspondente. Em fevereiro, ele afirmou que sua marca conclui pelo menos uma transação criptográfica por dia. Para ter uma ideia, já acumulou 150 bitcoins (equivalente a aproximadamente US$ 5,8 milhões) em receita.

Entretanto, oferecer pagamentos na loja por meio de criptomoeda requer algum aprimoramento para os associados da loja. E isso ocorre especialmente porque os colecionadores de NFT esperam vantagens especiais de propriedade, incluindo acesso a produtos específicos ou acesso a espaços específicos.

Para esse fim, a Kering (empresa-mãe da Gucci) lançou esta semana um jogo interno para funcionários. Desenvolvido em colaboração com a agência criativa Al Dente, ele educa os colaboradores sobre NFTs e Web3. Segundo um porta-voz da empresa, o número de funcionários que se inscreveram superou as expectativas.

Gucci se lança em projetos de NFT

A Gucci construiu recentemente uma equipe focada na Web3 e está desenvolvendo imóveis digitais no The Sandbox — plataforma imobiliária baseada em blockchain na qual Adidas e Al Dente, entre outros, também estão desenvolvendo terrenos. A Gucci foi a primeira marca de luxo a lançar um NFT; o filme de arte one-of-one foi vendido por US$ 25.000 em junho. Desde então, lançou outros dois projetos NFT e abriu um servidor Discord, além de seu investimento em Sandbox.

Fonte: Vogue Business

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