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Em meio à greve, 40% dos brasileiros apoiam privatização dos Correios

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Enquanto boa parte da população é contrária às privatizações de um modo geral, a venda dos Correios para a iniciativa privada conta com o apoio de 40% dos brasileiros. É o que mostra uma pesquisa Exame/IDEIA, projeto que une Exame Research, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.

Para 40% dos brasileiros, a privatização da estatal é algo positivo, diante de 14% que são neutros e 37% contrários à venda da companhia. O levantamento foi realizado com 1.235 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 24 e 31 de agosto, depois do início da greve dos Correios. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

“Talvez essas questões sejam um tanto complexas, levando em conta que a maioria da população brasileira pertence à baixa renda e tem preocupações mais urgentes, com a renda e trabalho, por exemplo”, disse Maurício Moura, fundador do IDEA, à Exame. “No caso dos Correios, provavelmente existe uma relação mais palpável entre os consumidores e a estatal, já que as pessoas utilizam o serviço em seu dia a dia e têm condições de avaliá-lo”.

Greve dos Correios há quase um mês

A greve dos Correios começou no dia 17 de agosto e segue sem previsão de encerramento. Nesta sexta-feira (11), será realizada uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (STF) entre os representantes dos trabalhadores e a companhia. De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), a expectativa de que se chegue a um acordo é baixa.

A principal demanda da categoria é a continuidade do acordo coletivo firmado em 2019 com a empresa, que foi suspenso em razão da pandemia. Com isso, cerca de 70 cláusulas trabalhistas caducaram, entre elas a licença-maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno, auxílio-creche e indenização por morte. Os funcionários dos Correios também são contra a privatização da estatal.

Segundo os Correios, “desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19”.

“Conforme já amplamente divulgado, a empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação. A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação”, informou a empresa, em nota.

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As informações são da Exame