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Google vai à falência na Rússia após contas da empresa serem confiscadas

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

A subsidiária russa do Google planeja declarar falência depois que as autoridades confiscaram sua conta bancária. Por consequência, isso impossibilita o pagamento de funcionários e fornecedores. Entretanto, serviços gratuitos, incluindo busca e YouTube, continuarão operando na Rússia.

Imagem da palavra Google em uma parede e uma pessoa caminhando próxima a ela

Em abril, um canal de TV de um empresário russo disse que oficiais de justiça apreenderam US$ 15 milhões do Google por sua falha em restaurar o acesso à sua conta do YouTube.

A unidade da Alphabet Inc está sob pressão na Rússia há meses por não excluir conteúdo que Moscou considera ilegal e por restringir o acesso a algumas mídias russas no YouTube. O Kremlin, no entanto, até agora não conseguiu bloquear o acesso aos sites da empresa.

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“A apreensão das autoridades russas da conta bancária do Google Rússia tornou insustentável o funcionamento de nosso escritório na Rússia. Isso inclui empregar e pagar funcionários baseados na Rússia, pagar fornecedores e cumprir outras obrigações financeiras”, disse um porta-voz do Google.

Conta do Google apreendida

Em abril, um canal de TV de um empresário russo disse que oficiais de justiça apreenderam US$ 15 milhões do Google por sua falha em restaurar o acesso à sua conta do YouTube. Vale destacar que esta é a primeira vez que a gigante de tecnologia dos EUA teve sua conta bancária apreendida.

O Google não confirmou imediatamente se foi a apreensão desses fundos que levou à sua intenção de declarar falência ou se outras apreensões ocorreram. No entanto, o banco de dados do Serviço Federal de Oficiais de Justiça da Rússia listou duas apreensões desde meados de março. Na ocasião, não especificou os valores, além de outras multas e taxas de execução.

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O Google confirmou que tirou muitos de seus funcionários da Rússia desde que Moscou enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro. Porém, alguns optaram por ficar e agora estão mais tempo com a empresa.

Na quarta-feira (18/05), uma nota publicada no registro oficial da Rússia dizia que a subsidiária do Google pretendia declarar falência. Incluía, ainda que, desde 22 de março previa uma “incapacidade de cumprir suas obrigações monetárias”. Neste caso, destacou indenizações, remuneração de funcionários atuais e ex-funcionários e pagamentos obrigatórios oportunos.

Serviços gratuitos do Google continuam

O Google, que pausou as vendas de anúncios e a maioria das outras operações comerciais na Rússia, disse que seus serviços gratuitos, incluindo Gmail, Maps, Android e Play, continuarão disponíveis para usuários russos.

Na útilma terça-feira, a Rússia disse que não planeja bloquear o YouTube do Google, apesar de repetidas ameaças e multas. Afinal, reconhece que tal medida provavelmente prejudicaria os usuários russos e, portanto, deve ser evitada.

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O presidente-executivo da Rostelecom, Mikhail Oseevskiy, disse na quarta-feira que o Google estava operando normalmente no país, incluindo todos os seus servidores.

Em dezembro, a Rússia entregou ao Google uma cobrança de 7,2 bilhões de rublos (R$ 559 milhões). Na ocasião, Moscou alegava ser devido à uma falha repetida na exclusão de conteúdo que a Rússia considera ilegal — a primeira penalidade baseada em receita desse tipo de caso na Rússia.

No mês passado, a Alphabet disse que a Rússia respondeu por 1% de sua receita em 2021, ou cerca de US$ 2,6 bilhões.

Fonte: Reuters