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GFk: “A jornada 'figital' é a preferida do consumidor porque tem mais informações”

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Que a pandemia trouxe o hábito de comprar online para a realidade de muita gente já é quase unanimidade entre os varejistas de e-commerce. Porém, o meio “figital”, que é a junção do varejo físico com o digital, ainda é o meio preferido dos consumidores na hora de fazer compras porque possibilita maior acesso a informações dos produtos, segundo Felipe Mendes, general manager GfK na América Latina.

Felipe Mendes, da GFk, no Fórum Indústria Digital. Imagem: Gustavo Freitas/ECBR

O executivo participou do Fórum Indústria Digital, promovido pelo E-Commerce Brasil, nesta sexta-feira (6) e forneceu insights sobre consumo. “A digitalização foi integral e terá efeito perene. Mas para isso o vendedor precisa de simplicidade e confiança do consumidor porque, mesmo comprando menos no off [durante a pandemia], as pessoas pesquisam mais na loja física”, ressalta.

Segundo Mendes, o crescimento do setor online também teve ajuda do acesso e da logística. “Com a pandemia, teve muita gente comprando, aumento exponencial de dados e melhor conexão, apesar das reclamações. As pessoas foram atrás de coisas novas para estudar, trabalhar e para buscar informações sobre o que estava acontecendo com a pandemia. Isso fez com que perdessem o medo de navegar e, consequentemente, de comprar online”, explica.

Informação para todos

Para Mendes, há bastante espaço para todos crescerem nas vendas, mas é necessário que as pessoas tenham acesso a informações e conhecimento sobre o e-commerce, ainda mais em um país onde a média salarial é pouco mais de R$ 2 mil, como no caso do Brasil.

“As pessoas ainda têm dificuldade de entender como fazer a compra online. Elas não compram grocery, elas compram chocolate. Por isso, a explicação do vendedor é essencial especialmente no celular, com vídeos e catálogos. O consumidor brasileiro tem receio de comprar no e-commerce porque tem menos educação e menos dinheiro, então a compra precisa ser certeira. E o que ajuda muito é a interação humana”, pontua.

Ainda segundo o especialista, a chegada da tecnologia 5G pode ser uma grande aliada em aumentar essa confiança dos consumidores. “O 5G vai permitir que o consumidor chegue em uma loja física e, com o QR Code, baixar um vídeo sobre o produto. É uma maneira fácil dele entender porque o brasileiro tem problemas para ler. Nessa digitalização do negócio, o QR Code tem um peso importante”, explica.

Figital na América Latina

Mendes ressalta que, na América Latina, houve registro de picos de vendas especialmente em datas promocionais ligadas ao digital. Os registros de vendas foram enormes em todos os grandes players, como Amazon e Aliexpress. Segundo ele, sites menores, só que nichados também tiveram aumento, especialmente em categorias específicas.

O especialista defende a divulgação de dados da indústria para melhorar o mapeamento dos hábitos de consumo. “O varejo está desesperado e irritado com essa discussão do D2C. É importante abrir as estratégias. Algumas empresas acreditam que abrindo as estratégias vão querer roubar suas vendas, mas é muito importante ter essas informações para que o meio seja mais colaborativo”.

Leia também: Figital: como engajar consumidor que ‘pesquisa, mas só compra no físico?’

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil