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Faturamento do varejo deve crescer 4% em 2013 e 3% em 2014

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Crescimento neste ano foi afetado por inflação e menor crescimento da renda; para ano que vem, a alta do dólar preocupa

O faturamento do comércio varejista deve encerrar 2013 com alta de 4% em relação a 2012 e atingir R$ 502,1 bilhões. A projeção faz parte do relatório “Balanço e Perspectivas: Economia Brasileira 2013-2014”, divulgado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). De acordo com o diretor-executivo da FecomercioSP, Antonio Carlos Borges, o desempenho do comércio varejista no ano revela tímida recuperação, já que ocorreu sobre uma base bastante depreciada –  em 2012, o aumento da receita real de vendas do varejo foi de apenas 0,4% em relação a 2011.

“Esse desempenho foi resultado da alta da inflação concentrada em alimentos, do maior endividamento das famílias em meio a um período de alta dos juros e de um ciclo inferior da renda em comparação com os anos anteriores”, comenta Borges. Segundo ele, esse cenário negativo, aliado ao sentimento de insatisfação social visto nas ruas nos meses de junho e julho, reduziu a confiança de empresários e consumidores.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apurado pela entidade caiu 9,6%, em média, em relação a 2012. O Índice de Confiança do Empresário (ICEC) perdeu 1,79%, em média, em comparação com o ano passado, e o Índice de Intenção de Consumo das Famílias foi o pior desde o início da série histórica, em 2009, com pontuação média de 128 entre janeiro e dezembro.

“O desempenho do comércio não foi pior pelo aumento da massa salarial real e da oferta de crédito e pela manutenção do nível de emprego em patamar elevado”, afirma Borges. Para os próximos anos, o executivo destaca que não há muito espaço para expansão desses indicadores. Ele acrescenta que, mesmo com a acertada política de aumento dos juros, a inflação ainda é um risco para 2014 devido ao comportamento do câmbio.

Segundo o diretor-executivo da entidade, em 2014 o comércio deve manter o ritmo de crescimento menos acentuado, mesmo com a realização da Copa do Mundo. A estimativa da FecomercioSP é que a receita real de vendas do varejo cresça 3% sobre 2013 – abaixo, portanto, do índice a ser alcançado neste ano. “O reajuste real do salário mínimo será menor em 2014, próximo de 0,9%, a menor alta desde 2011. O reajuste do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) também tende a impactar nas vendas na cidade de São Paulo, responsável por quase um terço do mercado paulista”, afirma.

Além disso, com o possível aumento dos gastos públicos, devido à Copa e às eleições, haverá pouco espaço fiscal para manutenção ou concessão de novos estímulos por meio de desonerações fiscais. O executivo ressalta, no entanto, que os índices macroeconômicos que mais impactam o consumo – como emprego, renda e crédito – devem se manter em patamares positivos, o que descarta um cenário de retração nas vendas do varejo em 2014.

Desempenho setorial
Em decorrência de um conjunto de medidas de estímulo, como manutenção de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) reduzido para a linha branca e aumento da oferta de crédito, o segmento que impulsionou as vendas do varejo em 2013 foram o de eletrodomésticos e eletrônicos. O faturamento real dessa atividade deve encerrar 2013 com alta de 45,1% sobre o apurado em 2012, alcançando R$ 33,4 bilhões.

Já o segmento de materiais de construção, puxado pelo aquecimento do setor imobiliário e pelo estímulo ao crédito, deve registrar o segundo maior crescimento nas vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo em 2013, com expectativa de atingir R$ 39,6 bilhões em receitas reais até dezembro – alta de 14% sobre o acumulado de 2012.

Na contramão, a expectativa para o faturamento das lojas de departamento é de queda de 15,5% sobre o resultado de 2012, somando R$ 23,5 bilhões em receita real de vendas. “O segmento vem perdendo espaço para redes de hipermercados e até de farmácias, que apostam cada vez mais na venda de produtos diversificados”, explica Borges.

Por: Fecomercio