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Falta de planejamento é principal motivo para fracasso dos e-commerces, diz especialista

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

Distribuir as vendas pensando no ano todo e não apenas nas datas sazonais, construir experiências de venda que integrem o varejo físico e online pensando no cliente omnichannel e planejar a precificação de produtos sem o frete grátis para que conta feche no final do mês. Estes são apenas alguns dos desafios mais complexos que os empreendedores virtuais enfrentam quando estão pensando em começar um e-commerce.

Estes foram alguns temas abordados por Aldo Pacheco, palestrante da Conferência E-Commerce Brasil Nordeste 2016 que acontece hoje (6) e amanhã (7) em Fortaleza. Aldo ressalta que na era digital, na qual cerca de 50% da população economicamente ativa compra online, todos os negócios já nascem online e que não existe nenhum produto que não possa ser vendido na internet. “Mesmo que não esteja na internet, as pessoas podem estar falando de você”.

Apesar do grande potencial do mercado online, a falta de planejamento pode acabar com a conversão de uma loja virtual. “Não planejar uma loja online pode ser um tiro muito perigoso para um novo varejista. A internet é um meio que pode dar muito certo ou que pode significar a autodestruição de um negócio, por conta da viralização de comentários negativos, por exemplo”, relata Aldo.

Para quem está começando, o primeiro passo é descobrir o que vender, aconselha. Outro ponto-chave no planejamento da loja são as imagens e a descrição de produtos, que são importantes para conquistar clientes. “Mas nada melhor que uma linguagem descontraída e com informações que chamem a atenção para algo que o consumidor não conseguirá pensar sozinho”, aponta.

Custos iniciais, logística e marketing

O e-commerce é para todo mundo que sabe se planejar. Não existe tempo médio para começar a vender com lucro, depende da quantidade de recursos investidos, de quem é seu público alvo e do que você vende.

Já a plataforma não pode custar mais de 20% do valor de faturamento, explica Aldo. “A escolha da plataforma é muito importante, por isso leve em consideração as necessidades fundamentais do seu negócio, facilitadores com meio de pagamento. Se for um e-commerce pequeno, pode ser mais interessante começar com uma plataforma gratuita para assim conseguir entender melhor as suas necessidades, mas lembre-se: a plataforma não pode dar trabalho”, disse.

Os custos iniciais ainda envolvem questões burocráticas como abertura de CNPJ, emissão de nota fiscal e outros imprevistos como gestão de fraude e chargeback e vendas via marketplaces. “De início, escolha apenas um marketplace, pois além disso você pode ter problemas de falta de controle”, explica.

Outra dica importante é começar a pensar o quanto antes na preparação de fornecedores em datas especiais. “O varejo convencional está se acostumando cada vez mais com o Black Friday, por exemplo”, diz Aldo. Porém, Aldo ressalta que as datas comemorativas não podem atrapalhar o faturamento da loja no resto do ano, principalmente quando a loja é pequena. “As pessoas começam a quebrar quando elas começam a apostar alto demais”, relata.

Um ponto de atenção ainda mais complicado é na hora de planejar a logística e os custos com logística reversa. “Uma das causas mais recorrentes de fechamento de e-commerces mal planejados é o frete grátis. A conta não fecha, por isso o Frete Grátis está se tornando cada vez mais comum”. Já a logística reversa pode ser muito mais cara do que se imagina. “A logística pode ser o maior fator para acabar com o seu negócio”.

Do outro lado, para quem quer se destacar em meio a concorrência, é necessário ficar de olho no marketing. “O pequeno varejista não consegue concorrer diretamente com os grandes players, mas precisa ser inteligente para não perder venda. Não se iluda pensando que vai vender para o Brasil inteiro, planeje-se para ampliar suas vendas depois que der conta de atender bem pessoas que estão próximas de você”, completou.

Influenciadores podem ser um bom meio de marketing, mas eliminam outras formas de divulgação. Curtida não dá dinheiro, mas dá visibilidade. “O cliente tem que entender que ele é especial para a minha marca, não apenas para o meu e-commerce. A ideia de fazer uma promoção no e-commerce para quem compra na minha loja física, é uma ótima estratégia”, comentou ele.

Para atender o novo consumidor é preciso estar afinado no omnichannel

Entender que o consumidor é único (mesmo que ele esteja na loja física ou navegando na loja online) é primordial para construir experiências de venda relevantes através da integração entre o marketing tradicional e o online. “Somos impactados por muitos meios e de forma muito diferentes. Dificilmente uma pessoa assiste TV sem estar com o celular por perto ou na mão. O varejista precisa pensar que essa integração é mais do que atual, é o dia inteiro”, diz Aldo.

Para finalizar, ele deixou as seguintes dicas:

  • Pense grande, mas gaste como pequeno;
  • Adapte sua ação a cada cliente;
  • Nada supera o planejamento;
  • Pense fora da casinha