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Estudo traça novo perfil do consumidor de moda online no Brasil

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Realizada pela e.Bricks Digital e pela M.Sense, pesquisa aponta crescimento do setor no país, motivado por preços mais competitivos e melhoria no processo de entrega dos produtos 

O mercado de e-commerce nunca esteve tão em alta no Brasil. De acordo com o e-bit, mais de 50 milhões de consumidores realizarão compras online em 2013, movimentando um montante de R$ 28 bilhões – crescimento de 25% em relação aos R$ 22,5 bilhões faturados em 2012, quando o segmento de moda e acessórios alcançou a segunda posição em vendas, com 12,2% dos volumes dos pedidos, atrás apenas do setor de eletrodomésticos. Para mapear o comportamento do e-consumidor de moda e acessórios, a e.Bricks Digital, empresa do Grupo RBS dedicada a desenvolver negócios no setor digital, e a M.Sense, especializada em estudos sobre o mercado digital, realizaram em fevereiro de 2013 a segunda edição da pesquisa “E-commerce de moda no Brasil” – o primeiro estudo sobre o tema foi realizado pelas duas empresas em julho 2011. Foram ouvidas 1.700 pessoas, entre 18 e 55 anos, das cinco regiões do país. A amostra principal foi composta por 65% de mulheres. Nessa segunda edição da pesquisa, também foram ouvidos homens (35%). Dentre os entrevistados, 34% têm entre 25 e 34 anos, 49% são da região Sudeste e 47% pertencem às classes B2/C1.

De acordo com a pesquisa, 80% das mulheres e 83% dos homens entrevistados já realizaram alguma compra online. Quando o assunto é moda, 35% das mulheres entrevistadas já compraram roupas e 38% já compraram sapatos, bolsas e acessórios pela internet, um aumento de 50% com relação aos resultados da pesquisa de 2011. “O crescimento expressivo no segmento de moda ocorreu por conta dos melhores preços do canal online – não só o valor mais baixo, mas a possibilidade de buscar as melhores opções -, e na percepção de melhoria nos processos dos lojistas de entrega e segurança de pagamento”, conta Bruno Maletta, sócio da MSense. Os motivos descritos foram mencionados respectivamente por 42% e 36% das mulheres que fizeram a primeira compra relacionada à moda nos seis meses anteriores à pesquisa. A entrada de novos usuários de internet da classe C2 também teve impacto positivo nas vendas.

“Trata-se de um mercado recente e com altíssimo potencial de crescimento”, aposta Fabio Bruggioni, CEO da e.Bricks Digital, que recentemente anunciou investimentos em duas empresas especializadas em e-commerce de moda e acessórios – Lets e Vitrinepix. Apesar do crescimento de 50% nos últimos 18 meses, a pesquisa mostra que o mercado de moda online ainda é novo e tem potencial de crescimento. Dentre as entrevistas, 39% fizeram a primeira compra online de moda nos seis meses anteriores à pesquisa. Quando comparado o ticket médio, a pesquisa revela que os homens gastam mais que as mulheres, R$ 163 contra R$ 148. Dos compradores online, 63% das mulheres e 65% dos homens compram roupas online pelo menos duas vezes ao ano.

Se em 2011 o segmento de moda ocupava o 10º lugar em penetração (percentual de pessoas que já realizaram compras no segmento) no ranking do e-commerce, em 2013 pulou para a 6º posição, motivado principalmente pelo aumento, de 25% para 40%, no percentual de jovens consumindo roupas e acessórios online. O interesse pelo assunto também cresceu nos últimos 18 meses: na pesquisa de 2011, 22% das mulheres afirmaram não se interessar por moda; em 2013, esse percentual caiu para 14%.

Atrativos e barreiras – Para as consumidoras entrevistadas, os principais atrativos das lojas online são a forma de pagamento, os preços mais baixos, os descontos, a comodidade e a segurança. Sobre o prazo de entrega, 43% das consumidoras consideram três dias um prazo justo, contra 11% que acreditam que o prazo de entrega deveria ser de 24 horas. As mulheres da região Sudeste são as mais exigentes: 17% delas afirmaram que gostariam de receber suas compras em apenas um dia. Já a principal barreira, segundo 59% dos entrevistados, é a falta de contato físico com o produto. O receio de ter problemas na entrega, apontado por 37% dos entrevistados em 2011, diminuiu consideravelmente; em 2013 apenas 20% citaram a questão. Da mesma forma, o fato de não ter cartão de crédito é apontado apenas por 11% dos entrevistados, contra 37% que o citaram em 2011.

Atendimento e pós-venda – Apesar de interagir com o computador, o atendimento pré e pós-venda são fatores importantes para o consumidor realizar a primeira compra ou credenciar uma loja para outras compras online. O atendimento 24 horas é um serviço valorizado pelas consumidoras, principalmente para as mulheres mais velhas: 72% das mulheres entre 45 e 55 anos aprovaram esse modelo de atendimento.

Perfil de consumo – A maioria das mulheres se considera uma consumidora moderada de moda, enquanto os homens se dividem entre racionais e econômicos. Esse perfil não varia por região, classe social e idade. Em geral, as mulheres relataram que compram quando necessitam. Em seguida, quando o produto está em promoção. O percentual de mulheres que afirma comprar roupa sempre diminui conforme a queda na condição financeira (21% na classe A/B1 x 8% na C2). As regiões Centro-Oeste+Norte e Sul são mais receptivas a promoções.

Referências – Para cinquenta e seis por cento das consumidoras entrevistadas, atrizes e celebridades são as principais referências de moda, seguidas pelas amigas (46%) e blogueiras de moda (25%). Além disso, 47% afirmaram que as amigas e outras mulheres na rua são as que mais notam suas roupas.

Conteúdo – Sessenta e três por cento das entrevistadas comentam sobre moda nas redes sociais – o Facebook é usado por 95% delas. Apesar disso, apenas 4% acreditam que receber elogios pelas redes sociais é mais importante do que pessoalmente. A internet é a principal fonte de informações segundo 60% das entrevistadas, seguida das revistas com 44% e da TV com 26%.

“A moda é um assunto que rende comentários e muito social. Usar a sociabilidade dos produtos para alavancar as oportunidades é uma estratégia fundamental para os negócios do segmento online.” conclui Bruggioni.