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Entrega em até 48h em todo o Brasil: quando será possível?

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A entrega em 48 horas é padrão em todo o mundo, e há algum tempo já, segundo o Fernando Magnoler, gerente de Produtos e Pricing da Total Express, durante o The Future Of E-Commerce | Logística Live Edition, realizado nesta quarta-feira (29). Mas, em meio à falta de infraestrutura, quando isso será padrão no Brasil?

Como atender o Brasil em 48 horas?

“O consumidor brasileiro tem apelo por entregas cada vez mais rápidas e está disposto a pagar mais por isso. Em recente pesquisa, 61% deles responderam que pagariam mais ter suas encomendas entregues em um prazo menor. Mas pagar não significa pagar mais caro”, ressalta o especialista.

Em tamanho territorial, o Brasil é parecido com a China e Rússia, segundo Magnoler. “Temos muito potencial pela frente”, salienta.

É para todo mundo?

O serviço de entrega em 48 horas não é para todo mundo, confessa Magnoler. O especialista utilizou o exemplo da Amazon, gigante de e-commerce nos Estados Unidos. “A USPS é o serviço mais rápido dos EUA (veja a imagem abaixo) e, mesmo com parceria para compor sua malha, a Amazon é questionada sobre o porquê não consegue chegar rápido e todos os lugares”.

No Brasil, a grande dificuldade é entregar, principalmente, em locais fora do eixo Rio-São Paulo, onde estão a maioria dos CDs (Centros de Distribuição). “Cada vez fica mais claro que entregar por via rodoviária não é solução”, analisa.

Por isso, o especialista defende a ampliação da malha aérea, apesar dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19.

A malha aérea é importante, mas é muito cara e carente de investimentos. E a Covid-19 fez todo mundo mundo reduzir voos. O resultado é que fica muito caro fazer. O valor de frete pode ficar entre R$ 15 e R$ 100 por kg, o que fica muito caro para o consumidor”, revela.

Diante destes obstáculos, qual seria a solução? “Low cost”, responde Magnoler. “As empresas low cost (baixo custo) vão competir primeiros nas capitais e com passageiros, mas boa parte da solução está na livre competição aérea, linhas de crédito ao setor e privatização dos aeroportos”, defende.

Para Magnoler, a malha ferroviária seria uma solução para o Brasil, porém, a logística ficaria muito cara. “O grande problema é que estamos longe disso. Acompanho projetos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô de São Paulo, mas são muito caros, e as empresas optam basicamente por Rio e São Paulo. A entrega de commodities atende regiões do interior, mas ainda é pouco explorada, por isso, acho que só chegaríamos a algumas regiões”, relata.

O que mais dá para fazer?

Ainda de acordo com o executivo, praticamente todos os estados têm distribuidoras, o que deixa os estoques mais próximos dos consumidores.

“Com o estoque avançado e diversos, é possível atender rapidamente. No Brasil, cada vez mais as empresas de e-commerce investem em CDs no Nordeste, principalmente. Assim, aumenta-se a malha logística fora do eixo Rio-São Paulo. São regiões, inclusive, com menores custos, pois a malha aérea é ociosa. Desta forma, esperamos que a entrega em 48 horas se torne padrão no Brasil em cinco anos”, explica.

Leia também: Ship from store pode ser aliado do e-commerce em tempos de pandemia

Confira a apresentação completa do Fernando Magnoler:

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil