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Empresas do e-commerce mundial chegam ao Brasil

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

A primeira a chegar será a Amazon, que estreia no Brasil com serviços de cloud e armazenamento. Depois virá a Netflix, que, como a Sony, quer aproveitar o potencial do e-commerce no País

A qualidade da banda larga, as deficiências de infraestrutura e o complexo sistema tributário brasileiro tornaram-se problemas menores para grandes companhias de Internet, como Amazon e Netflix, que preparam sua chegada ao Brasil para os próximos meses. Às voltas com a estagnação dos lucros nos mercados onde atuam, esses gigantes do e-commerce vão encontrar por aqui um mercado de Internet que cresce ao ritmo de dois dígitos há mais de dez anos e consumidores ávidos por uma experiência de compra online de produtos e serviços com um padrão de qualidade ao qual não estão acostumados.

A estreia de maior impacto é a da Amazon, que, ao contrário do que se imaginava, não será pelo e-commerce, mas por seu braço de serviços. Segundo INFO apurou, a maior varejista online do mundo começa suas operações no Brasil pela divisão de Web Services, responsável pela oferta de serviços de computação em nuvem e armazenamento de dados. Para isso, contratou o especialista em cloud computing José Nilo Cruz Martins, que deixou, há quatro meses, o cargo de gerente de vendas no Google para assumir a estruturação dos serviços da Amazon no País. Para contornar as dificuldades causadas pelos quase 10 mil quilômetros que separam os parques de servidores da Amazon nos Estados Unidos dos clientes brasileiros, a empresa deve associar-se a pequenos data centers locais e criar redes intermediárias capazes de entregar, com resposta rápida, ao menos os arquivos mais acessados.

A entrada da gigante americana, dona de um faturamento de 32 bilhões de dólares ao ano, deve mexer com o mercado brasileiro. Gilberto Mautner, CEO da Locaweb, fala da concorrência que enfrentará:  “Admiro a Amazon pelo pioneirismo, mas hoje temos condições iguais de competir pelos menores preços e melhores tecnologias”. Para Mautner, o atendimento em inglês e o fato de a Amazon optar por não ter data centers próprios no Brasil, num primeiro momento, deixará as companhias nacionais ainda em vantagem.

Analistas ouvidos por INFO afirmam que dificilmente a Amazon limitará sua atuação aos serviços de nuvem. “Essa deverá ser a porta de entrada para a empresa abrir uma operação de e-commerce no País”, afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

Nos primeiros seis meses de 2011, o comércio eletrônico faturou no Brasil 8,4 bilhões de reais, um salto de 24% sobre igual período do ano passado. Segundo Gerson Rolim, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, esse número tende a se multiplicar nos próximos anos e pode se tornar ímã para grandes companhias internacionais. “A Amazon não está fascinada com os resultados atuais, mas com as perspectivas de expansão dos próximos dez anos”, afima Rolim.

Nos últimos dois meses, representantes da loja americana se reuniram com editoras brasileiras para negociar a publicação de seus autores no formato .azw, de seu leitor eletrônico Kind le. A Amazon tem em catalogo 950 mil e-books e pretende ter ao menos 5 mil livros digitais em português. Saraiva e Cultura não possuem mais que4 mil. Para Mauro Widman, coordenador de e-books da Cultura, o cenário para o livro eletrônico no Brasil é animador. “Hoje, 1% do nosso faturamento vem de formatos digitais, mas a tendência é chegar a 5%, mesmo patamar dos Estados Unidos”, diz Widman.

Um estudo realizado pela consultoria e-bit aponta a nova classe média brasileira como o principal motor do comércio eletrônico. Há dois anos, o País tinha 17,6 milhões de consumidores online, número que deve saltar para 32 milhões até o final do ano. Segundo o estudo, 61% dos novos adeptos pertencem a famílias com renda de até 3 mil reais.

Os números crescentes atraíram a atenção da americana Netflix, que iniciará no Brasil, até o fim do ano, a venda de filmes, novelas e seriados por streaming. Com acervo de 75 mil títulos, concorrerá com a brasileira NetMovies, que possui 4 mil, uma fração do catálogo da americana. Capitalizado por um aporte da gestora americana de investimentos Tiger Global. Daniel Topel, fundador da NetMovies, tem planos de expandir o acervo e atuação de sua empresa. “O mercado brasileiro está em alta e haverá muita concorrência”, diz Topel.

Com informações de Camara-e.net