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E-commerce deve faturar R$ 111 bi no Brasil em 2020, aponta Kearney

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

O e-commerce deve registrar R$ 111 bilhões em 2020, segundo estudo sobre os impactos da Covid-19 no comportamento de consumo dos brasileiros e, consequentemente, no comércio eletrônico no Brasil, realizado pela Kearney, consultoria global de gestão estratégica.

O estudo foi divulgado na terça-feira (18) e considera um cenário base. A cifra é 49% superior à registrada em 2019, quando o mercado faturou R$ 75 bilhões. Nos cenários conservador e otimista, as vendas totalizariam cerca de R$ 103 bilhões e R$ 120 bilhões, respectivamente.

Quando considerada a projeção para o período de 2020 a 2024, a análise indica que os novos hábitos de consumo podem trazer aproximadamente R$ 69 bilhões em vendas adicionais ao e-commerce no país, na comparação com projeções anteriores à pandemia.

Com isso, o mercado deve crescer a uma taxa de 17,3% ao ano no período, chegando a aproximadamente R$ 211 bilhões em 2024, novamente considerando o cenário macroeconômico base, segundo o estudo. No cenário otimista, o crescimento médio anual é de 20,7%, com vendas ultrapassando a marca dos R$ 250 bilhões.

Esteban Bowles, sócio da Kearney e um dos responsáveis pelo estudo, afirma que o comércio eletrônico, que já vinha crescendo e conquistando espaço no gosto do consumidor, consolida-se e chega a um novo patamar.

No entanto, ele observa que é preciso entender que não se trata de um movimento novo, apenas acelerado. “O mercado brasileiro de comércio eletrônico já vinha registrando índices de crescimento maiores que o do varejo tradicional há alguns anos”, afirma. “A pandemia veio acelerar essa tendência, particularmente para algumas categorias, como alimentos, que no passado tiveram uma adoção menor.”

Durante a pandemia de Covid-19 e o isolamento social de boa parte da população, este crescimento ganhou um impulso. Com boa parte do comércio tradicional com as portas fechadas, muitos setores vivenciaram o crescimento de suas vendas online nos primeiros dois meses de pandemia no Brasil. E isso fica claro quando se percebe o aumento do tráfego nos principais sites nacionais de comércio eletrônico entre os meses de fevereiro e maio deste ano, de acordo com a Kearney.

Crescimento do e-commerce por categoria

O estudo revela ainda que as categorias de Alimentação, Cuidados com Pets e Beleza & Cuidados Pessoais serão aquelas com maior crescimento percentual: vendas 320% maiores em 2024, ante 2019, ganhando R$ 15 bilhões de mercado no período para o cenário base.

Em números absolutos, o maior crescimento deve ser registrado na categoria de eletrônicos, com adição de R$ 22 bilhões de vendas em relação ao nível registrado em 2019.

Metodologia

A tendência acelerada durante o isolamento deve se consolidar, segundo a análise da Kearney. A consultoria ouviu consumidores em todo o Brasil. Do total de entrevistados que utilizam estes aplicativos por causa da pandemia, 52% afirmam que devem continuar a usar os serviços com a mesma frequência. Outros 36% também continuarão, só que com menos frequência.

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