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É possível vender de maneira saudável nos marketplaces? CTO da Fashion Biju acredita que sim

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Joaquim Vilela, CTO da Fashion Biju, participou do Marketplace Conference 2021 para afirmar que é possível vender em marketplace de maneira saudável. Alguns cuidados, no entanto, precisam ser tomados para que os processos das plataformas não prejudiquem as operações dos lojistas.

“Vender muito em diversos canais não é tão simples assim”, defende Vilela. Em sua palestra, o executivo frisou a importância de que para atuar em um marketplace — ou em mais de um — a estratégia precisa fazer sentido de acordo com cada modelo de negócios.

Quanto maior o número de produtos e maior a quantidade de marketplaces em que o lojista se inscreve, mais complicado fica criar uma gestão de qualidade de todos os processos. É por isso que muitos são vencidos pelas taxas, comissões, prazos e custo de frete dessas plataformas.

Embora as campanhas sejam importantes para alavancar o volume de vendas nesses canais, o lojista precisa sempre ter em mente que a sua estratégia e gestão de processos vem em primeiro lugar.

Vilela defende que ele e outros colegas do ramo consideram o marktplace um “terreno alugado”. Sendo assim, é possível fazer investimentos, mas eles nunca podem ser maiores do que a atenção do lojista com o próprio e-commerce.

Automatizar

De acordo com Vilela, quando faz sentido para o lojista ter uma operação relevante em um marketplace, é necessário automatizar os processos. Isso pode ser feito por meio de uma gestão personalizada com um ERP, através da própria plataforma do e-commerce (se ela tiver esse tipo de suporte), ou através de um hub de integração.

Para ele, a automatização é a única maneira de vender em larga escala produtos de baixo ticket médio e ainda aproveitar a estratégia de cauda longa no marketplace. Vilela alega preferir os hubs de integração quando se trata de uma quantidade grande de SKUs e quando o lojista atua em diversas plataformas ao mesmo tempo.

Hub de integração

Com um hub, é possível otimizar os processos, fazer a gestão de preços das plataformas sem precisar revisar produto por produto e ainda criar kits de vendas personalizados.

“Essa escolha se dá por motivos muito incisivos: nos hubs eu consigo decidir com facilidade as regras de preço que quero aplicar em cada canal”, ele explica.

Dentro dessa estratégia, Vilela recomenda que o lojista estude se faz sentido seguir os processos da plataforma de venda e não os próprios. “As pessoas acham que não tem escolha a não ser usar a solução de entrega do marketplace, mas não é verdade”.

Ele recomenda que, se faz sentido para o lojista, “converse com o seu gestor de conta e prove que usar os seus próprios processos vai trazer mais conversão, que é isso que importa para o marketplace”.

Ele recomenda ainda que o lojista não dependa de poucos produtos, que podem facilmente cair em desuso ou passar a performar mal no marketplace. Cuidar da sazonalidade das categorias também é uma estratégia interessante para este tipo de canal.

Por fim, Vilela recomenda que o lojista faça um controle dos custos e benefícios da plataforma, para poder cobrá-la se necessário e avaliar se vale a pena continuar vendendo por este canal.

“Quando você começar a cruzar os dados e números na sua planilha, você verá que terá diferença”, conclui Vilela.

Leia também: O que tem de novo nas plataformas de marketplace para os sellers?

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.