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Como montar o planejamento financeiro do seu e-commerce

Quanto dura um sonho? Segundo Lucas Souza, sócio-fundador da e-Can, a resposta é desanimadora: 70% das lojas e-commerce no Brasil não completam dois anos de vida.

Em boa parte, segundo Souza, a culpa é da falta de gestão financeira, uma prática complicada, mas fundamental. “Como empreendedores, a gente precisa mapear todos os custos da empresa e suas origens”, afirmou.

O empresário participou, na última quarta-feira (9), da 5ª Conferência E-Commerce Brasil Rio, e explicou como montar um planejamento financeiro saudável para fazer o sonho do próprio negócio durar bastante tempo.

Segundo ele, a desorganização em um e-commerce pode ser fatal: replicar ações de concorrentes e possuir dados rasos sobre acessos ao site e vendas, por exemplo, são duas das maneiras mais rápidas de afundar a loja.

De forma geral, Souza elencou cinco pontos principais que devem ser levados em consideração.

Mapeamento de custos

Fazer a contabilidade da empresa sem saber quais são os custos fixos é a fórmula perfeita para quebrar. O primeiro passo é entender as necessidades do e-commerce e como que, financeiramente, ele está de saúde.

“Não se esqueça, jamais, do capital de giro”, alertou. “Muitas das empresas acabam fechando porque não lembram de incluir o capital nas contas.”

Para evitar esse tipo de problema, Souza sugeriu fazer uma contabilidade básica: somar os gastos físicos da empresa e adicionar 50% do capital de giro para calcular se as operações estão ou não dentro do desempenho desejado.

Ponto de equilíbrio

Para saber se o negócio se mantém ou não, é preciso calcular o ponto de equilíbrio financeiro. Pode parecer bobo, mas, segundo Souza, boa parte das lojas e-commerce não sobrevivem exatamente por ignorar esta conta.

Se a soma dos gastos fixos – devidamente mapeados -, entre eles operação e ações de marketing, ultrapassar o valor previsto de vendas, provavelmente o varejista terá de reorganizar-se.

“O valor deve dar fôlego para o desenvolvimento da empresa. A pergunta é: possuímos capital próprio para crescer? Se não, é melhor voltar para a prancheta e redimensionar o negócio”, disse.

Margem de lucro

Já diz o ditado: menos é mais. Às vezes, vender os produtos a preços menores, mas ganhar no volume comercializado, pode ser uma saída viável para quem precisa tirar o e-commerce do vermelho – de forma planejada e, em algumas ocasiões, pontuais.

A precificação também deve ser guiada pelo valor agregado que o seu produto oferece. Kits, por exemplo, costumam vender em altos volumes sem diminuir o preço do item principal. “[Além disso] O que eu tenho de diferente que faça o cara pagar um pouco mais pelo meu produto?”, questionou.

Metas

Segundo Souza, o lojista deve trabalhar com pelo menos três cenários na hora de planejar as vendas: o otimista, o provável e o pessimista.

“Em cada um dos cenários, preciso fazer a seguinte pergunta: em quanto tempo vou alcançar esse ponto de equilíbrio? E quais cenários tornam a operação insustentável, a ponto de fechar as portas?”, sugeriu.

Quando a resposta identificar um resultado indesejado, o lojista deve se questionar quais as opções para virar o jogo e se existe verba extra para ações de marketing ou se é melhor reduzir a margem de lucro em prol do volume.

Por fim, na opinião de Souza, existe ainda a métrica da rentabilidade, importante para mensurar o quanto o negócio suporta de operações.