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Dock: fintech brasileira é avaliada em R$ 1,5 bilhão após financiamento

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Se há uma área que até agora se sentiu isolada da desaceleração dos empreendimentos globais, é a infraestrutura. As empresas que oferecem serviços bancários como um serviço e ajudam outras empresas a oferecer seus próprios serviços e produtos financeiros, em particular, continuam a arrecadar dólares. A mais recente empresa desse tipo na América Latina é a Dock.

Com sede em São Paulo, que opera uma “plataforma” de pagamentos full-stack e banco digital em toda a região, onde a demanda por infraestrutura financeira que pode ajudar a aumentar a inclusão é enorme. A startup levantou US$ 110 milhões em uma rodada de financiamento de crescimento liderada pela Lightrock e Silver Lake Waterman, com sede no Reino Unido, elevando sua avaliação para mais de US$ 1,5 bilhão. Os patrocinadores existentes Riverwood Capital, Viking Global Investors e Sunley House Capital também participaram do financiamento.

Dock é o produto de uma unificação de três marcas – Conductor, Dock e Muxi – que foram combinadas em agosto de 2021 para oferecer serviços financeiros “completos” e tecnologia de ponta a ponta para os setores de pagamento e digital. A Conductor era uma empresa de 25 anos e 80 pessoas que processava cartões de crédito e tinha vendas anuais de cerca de US$ 4,3 milhões (não confundir com uma empresa chamada Conductor sediada nos EUA). Em 2014, Riverwood Capital e Antonio Soares – que agora atua como CEO da Dock – compraram 100% da Conductor e criaram essencialmente a empresa que é a Dock hoje. A empresa levantou US$ 170 milhões em 2020 em uma rodada liderada pela Viking Capital depois de conseguir um valor não revelado da Visa Ventures em 2018.

A Dock diz que sua API aberta e oferta nativa da nuvem permitem que “qualquer empresa” ofereça serviços financeiros, incluindo o lançamento e gerenciamento de cartões personalizados, processamento de pagamentos e serviços bancários com contas digitais, pagamentos móveis e gerenciamento de fraudes.

A base de clientes da empresa inclui fintechs, varejistas, bancos e empresas de tecnologia que estão focadas não apenas em melhorar a experiência do cliente para a população atualmente bancarizada, mas também em ajudar a trazer consumidores anteriormente desbancarizados e não bancarizados para os sistemas bancários e de pagamentos digitais.

Hoje, a Dock opera 65 milhões de contas ativas por meio de relacionamento com mais de 300 clientes. Ela processa mais de 5 bilhões de transações anualmente por meio de sua oferta de nuvem. A empresa diz que o número total de contas ativas mensais processadas em dezembro de 2021 aumentou 55% em relação ao ano anterior, para 48,4 milhões. Enquanto isso, seu número de contas bancárias digitais ativas aumentou 380% ano a ano.

O cofundador Marcelo Jacques observou que quando a empresa começou a conversar com o mercado sobre o que fazia, explicando essencialmente o que significava infraestrutura em fintech e pagamentos, “foi difícil”.

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Fonte: Tech Crunch