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Dia do Consumidor: como a construção de diálogo pode trazer frutos a longo prazo

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Apelidada de Black Friday do primeiro semestre, o Dia do Consumidor, comemorado nesta terça-feira (15), é mais uma oportunidade para os lojistas incrementarem as vendas, especialmente em segmentos focados no consumidor final. Segundo a All iN, em 2021, os e-commerces faturaram R$ 6,3 bilhões na primeira quinzena de março — crescimento de 85% em relação ao ano anterior.

Neste ano, de acordo com levantamento da All iN | Social Miner, em parceria com a Opinion Box e a Bornlogic, 42% dos consumidores entrevistados demonstraram intenção de ir às compras, 16% não têm intenção e 42% ainda não sabem se irão aproveitar as oportunidades da data.

Quando perguntados sobre quais são as motivações que vão levá-los a aproveitar as ofertas do Dia do Consumidor, 58% dos consumidores disseram que vão comprar itens de necessidade com melhor preço, enquanto 56% demonstraram predileção por itens de desejo com melhor preço. Já quando o assunto é presentear alguém de imediato ou em datas comemorativas futuras, apenas 16% sinalizaram de forma positiva.

Para especialista, criação de diálogo pode garantir vendas futuras. Imagem: Reprodução

No meio de tantas ações agressivas de grandes varejistas, os pequenos e médios lojistas também podem se destacar na data, defende Camila Salek, especialista em varejo e visual merchandising e relações de consumo. Para ela, historicamente, o dia — ou a semana do consumidor — tem sido trabalhada através de ativações promocionais, e pequenos e médios varejistas possuem vantagem competitiva quando trabalham a boa construção de relacionamento com as comunidades que atendem.

“Sempre que falamos de movimentos de desconto no varejo, temos dois principais pontos de atenção. O primeiro é sobre relevância, devemos tomar cuidado com a ansiedade de desovar estoque. Mais do que um bom preço, as ofertas precisam estar alinhadas à demanda do consumidor neste momento. Buscar entender diferentes perfis e necessidades da sua base de clientes pode ser um excelente caminho. O segundo ponto é a construção do relacionamento. Mais do que garantir a venda agora, é preciso construir o relacionamento que vai favorecer as vendas no médio e longo prazo”, aconselha.

Para Salek, a forma de comunicar uma sazonalidade e suas ofertas é fundamental para a sua receptividade e sucesso. “Além de uma boa narrativa para a ativação, que não precisa se apoiar somente nas oportunidades comerciais, devemos revisar a exposição de produtos, favorecendo a jornada do consumidor, a experiência e a visibilidade para os destaque deste momento”.

A especialista ainda aconselha aos varejistas trazer dicas para o consumidor sobre seus produtos e serviços, como e onde ele pode consumir, quem ele pode presentear com cada oferta etc. “Vale destacar a importância do papel de um ótimo serviço de atendimento, exercitando a escuta ativa e a atenção ao consumidor. Além disso, benefícios com brindes e cashback, vinculados a compra e fidelização são ótimas oportunidades”, afirma.

‘Não é só preço baixo’

Ainda segundo Salek, o aumento expressivo na procura de consumidores pela data nos últimos anos se deve a dois principais movimentos: “O primeiro se relaciona com o atual contexto econômico, que motiva o engajamento do consumidor em ofertas. O ponto de atenção está no fato de que a busca não é simplesmente por preço baixo, mas por compras inteligentes e conscientes, envolvendo outros benefícios como qualidade e durabilidade do produto”, explica.

Já o segundo movimento, de acordo com Salek, diz sobre a criação de diálogo com o consumidor. “Historicamente ancoramos as estratégias do varejo em um calendário comercial padrão e hoje entendemos a oportunidade de ampliá-lo — inclusive em momentos fora de picos como Natal e Dia das Mães, que exigem maiores investimentos — para manter uma conversa ativa e contínua com o consumidor, visando também a construção de relacionamento”, finaliza.

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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil