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Design System e Ops: saiba tudo sobre esses dois pilares estratégicos de UX

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Entenda como o Design System e Ops pode te ajudar a melhorar a experiência do seu cliente e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência nos seus processos operacionais.

Design System e Design Ops são duas práticas de UX que, gradativamente, têm sido adotadas pelas marcas e empresas com o intuito de potencializar a experiência do consumidor, trazer melhorias em produtos e serviços e aumentar a eficiência nos processos operacionais.

Na ZOLY os processos e boas práticas para aplicação dessas técnicas de UX são sempre focadas na efetividade de resultados para os nossos clientes e na melhoria da experiência do cliente. Para explicar a força dessas metodologias, o Especialista em Criação de Produtos Digitais com foco em CX Design, Raul Passos, participou deste Papo Reto ZOLY.

Confira a entrevista completa a seguir:

ZOLY: Qual a diferença entre Design System e Design Ops? Pode explicar em que consiste cada uma dessas práticas?

Raul Passos: Apesar das nomenclaturas serem similares, ambas as práticas possuem características diferentes, mas com um poder sinérgico único. Uma está focada em solucionar problemas de interface dentro de um em ecossistema e a outra é mais direcionada para pessoas e processos.

Design System ou Design Language System (DLS) é um produto interno que facilita a comunicação entre negócio, desenvolvimento e experiência. Trata-se de documento vivo contendo componentes, propriedades e padrões que direcionam a construção de serviços e produtos, principalmente digitais. De forma informal, gosto de resumir que o design system se trata de uma linguagem comum entre devs e designers.

Design Ops ou Design Operation é um mindset com viés tático para orquestrar e facilitar questões operacionais de negócio dentro do universo da experiência do usuário.

É comum notarmos com maior frequência as grandes companhias compreendendo a importância da experiência voltada para o usuário, com isso, as equipes com foco nessa premissa vêm crescendo. Nesse contexto é que entra o Design Ops, que tem a proposta de implementar processos para dar apoio a esses times, conectando os designers, potencializando skills e retendo-as dentro dos grupos de trabalho. Isso reflete na percepção de valor das equipes para a companhia.

O profissional de Design Ops pode ser facilmente confundido com um Product Manager ou Product Owner, mas eu diria que seu papel é até mais “afetivo”, uma vez que, este já conhece dores e prazeres da profissão de UX/UI e estará mais focado no trabalho em equipe, processos e pessoas.

ZOLY: O Design System traz benefícios para as empresas e equipes que o utilizam. Quais são as principais vantagens?

Raul Passos: Vou citar apenas os mais abrangentes, mas dependendo do negócio, podem existir benefícios bem específicos. Na minha opinião são duas vertentes principais:

1 – Equipe

  • Foco em desenvolver soluções ao invés de interfaces (isso é muito importante);
  • Escalabilidade e agilidade na construção de novas features;
  • Menor esforço de implementação;
  • Facilidade na construção de novas interfaces e fluxos;
  • Agilidade na validação;
  • Efeito dominó de manutenção. Quando o componente é alterado, isso é refletido em todo ecossistema;
  • Melhora na relação entre equipes (cá entre nós, todos sabemos que existem momentos quentes entre devs e designers).

É importante mencionar também que o Design System possui inúmeros desafios como: entregar valor para a empresa, se tornar parte do workflow, da manutenção, etc. A dica é que o Design Ops pode ter um papel fundamental na solução dessas dores.

2 – Usuário

  • Facilidade na identificação de componentes;
  • Menor curva de aprendizagem pelo efeito da padronização de componentes;
  • Acessível e de baixo esforço cognitivo;
  • Elimina a ambiguidade e subjetividade de modelos mentais;
  • Sensação de segurança e credibilidade.

ZOLY: Pode dar dicas para criar um Design System eficiente?

Raul: Construa a sua DLS (Design Language System) baseada em design atomic. No começo pode ser difícil, mas a longo prazo será ágil e escalável.

“Focus in the basic”. Comece coletando informações relevantes, principalmente gaps e padrões (navegação, comportamento, modelo mental) e construa a DLS apoiada em dados.

Passo 1: insumos

Na maioria dos casos, temos que elaborar um design system com base em uma estrutura já pronta, então sugiro:

  • Faça uma análise heurística da sua estrutura atual;
  • Crie um inventário contendo todos os componentes. Será notável muitas inconsistências e repetições de componentes que poderiam ser mesclados (tem gente que até imprime e recorta, mas você pode fazer isso com uma lousa digital);
  • Colete dados de ferramentas como Google Analytics, Heatmap, navegação assistida, etc.
  • Análise referências para o seu benchmark;
  • Defina pilares dos seus designs (modular, escalável, acessível, app first, entre outros)

Passo 2: desenvolva uma estrutura simples

  • Melhor um processo simples do que nenhum processo. Foque primeiro em criar a cultura de uso do design system para que seu valor seja notável e compreensível para todos. Caso contrário, muitas pessoas enxergarão como “apenas mais um processo”;
  • Tenha uma paleta de cores acessíveis;
  • Delimite tipografia e tamanho de fontes;
  • Estabeleça padrões de espaçamentos;
  • Defina padrões de formas visuais (ex: labels, botões, inputs, modais, etc);
  • Faça diversos stress testing, teste a/b e de usabilidade, principalmente em fluxos complexos. Às vezes, os componentes simples podem gerar ruídos em cenários de alta carga cognitiva;
  • Sugiro inclusive testes de implementação para validar o processo de execução entre devs, designers, stakeholders, Q.A’s e outras pessoas da equipe.

ZOLY: Agora, falando sobre Design Ops, quais são as vantagens de ter esse tipo de profissional ou mesmo esse mindset em uma organização?

Raul Passos: Depende. Cada companhia terá vantagens e desvantagens sobre este tipo de mindset. Mas posso citar alguns benefícios na minha opinião:

  • Processos mais consolidados;
  • Ambiente harmônico e agradável na equipe. (Pessoas felizes, reclamam menos e constroem soluções incríveis);
  • Autonomia para construção de novos produtos;
  • Aumento de maturidade e senioridade de profissionais;
  • Otimização do fluxo de trabalho;
  • Crescimento do impacto da experiência centrada no usuário para a companhia.

Gostou desse Papo Reto? Se quiser saber mais sobre como o Desgin System e Ops podem ampliar os horizontes da sua marca, entre em contato com a equipe de UX da ZOLY e tenha acesso a insights que vão levar a sua empresa a outro patamar.

Sobre o entrevistado:

Raul Passos é Especialista em Criação de Produtos Digitais com foco em CX Design e bodybuilder nas horas vagas. Dedica-se a criar experiências completas para o usuário, atuando no workflow da construção do produto.

Gosta de co-criar, auxiliar em design sprints para concepção do produto sempre estando próximo das pesquisas e dos testes de usabilidade. Atua fortemente com entregáveis que compõem a jornada do usuário: personas, arquitetura de informação, fluxogramas, prototipagem, navegação assistida, CRO, Design System, elaboração de interfaces e por fim análise de KPI’s e Goal’s da entrega.

Fale com a gente: comercial@zoly.com.br.

Leia também: CRO: otimizando a taxa de conversão do seu negócio e as experiências do seu cliente.