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Conheça vantagens e desafios para explorar cross border na Europa

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

O cross border é uma termo cada vez mais recorrente no e-commerce, mas nem todo mundo sabe o que é e nem que é possível utilizá-lo para expandir a área de atuação de qualquer negócio online. “O cross border já está acontecendo, não é algo do futuro, e é basicamente ‘atravessar a fronteira’, ou seja, enviar a sua marca para outro continente”, explica Raphael Carnavalli, gerente comercial da Solução KPL da ONCLICK, durante o Congresso E-Commerce Brasil — Santa Catarina, nesta quarta-feira (10).

“Existem vários mercados, inclusive mais maduros que o brasileiro. Fala-se muito de cross border nos Estados Unidos e na América Latina. É legal vender para países como o México, Colômbia e Argentina, que são próximos de nós e estão atrasados em relação à tecnologia do Brasil. Porém, eu quero enfatizar as vantagens de explorar o cross border na Europa”, diz.

“A Europa é um mercado latente. Se pensar nos produtos que o Brasil fabrica, principalmente por causa do clima, como couro, madeira e minerais. Eles não têm nada disso, pois existe uma carência de produtos devido, sobretudo, à localização. A ideia é explorar um mercado grande em e-commerce, mas pensando em quais tipos de produtos são carentes naquela região”, afirma Carnavalli. Segundo ele, 25,5% do e-commerce europeu é cross border.

Fonte: ONCLICK

“O e-commerce nasceu na Europa devido ao frio, pois as pessoas ficavam impossibilitadas de sair de casa para comprarem bens de consumo. Lá, o comércio eletrônico é mais desenvolvido e inclusive há uma lei de isenção de impostos de produtos exportados. Claro que tem imposto, mas é menor que o pago aqui. Ou seja, o lucro do produto vendido pelo mesmo preço é maior”, afirma o especialista. Além disso, o poder de compra dos consumidores europeus é maior e 1 euro equivale a mais de R$ 6,50.

No entanto, é necessário se atentar a diversas questões relacionadas ao processo, como quais produtos enviar, impostos, notas fiscais, comunicados e como se relacionar com o cliente estrangeiro, além dos custos e operação de frete e entrega, entre outros pontos. “É importante ter em mente que sustentabilidade é um tópico em alta, principalmente em países nórdicos e a expectativa de entrega rápida tem aumentado conforme a infraestrutura de cada país, mas também é puxada pelo ‘efeito Amazon'”.

Desafios do cross border

Confira o checklist de Carnavalli com os principais desafios para explorar o mercado europeu com cross border:

Fiscal/contábil/legal

  • abertura de empresa
  • aluguel de escritório
  • contabilidade
  • segurança social
  • contratos/ registro de marca
  • emissão de fatura
  • abertura de conta em banco
  • conciliação bancária
  • advogado
  • RGPD
  • gestão de funcionário
  • gestão IVA

Marketing

  • atendimento e suporte
  • comunicação no idioma local
  • normatização de conteúdo
  • social media
  • contratos com marketplaces
  • investimento em Google Ads

Logística/fulfillment

  • fulfillment
  • conferência
  • gestão de transportadoras
  • importação
  • despachante
  • gestão de inventário
  • inbound
  • outbound
  • logística reversa
  • seguro

Tecnologia

  • plataforma de e-commerce
  • software de facturação
  • ERP
  • integrações
  • omnichannel
  • API

Para finalizar, o especialista indicou o Zalando, maior plataforma de marketplace da Europa, onde lojistas brasileiros podem vender seus produtos. “O Zalando vende mais que a Amazon, inclusive, e pode ser o seu início”, diz.

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil

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