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Deloitte: principais varejistas globais mantêm ano de crescimento de receita

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

As 250 maiores varejistas globais geraram, juntas, uma receita de US$ 4,5 trilhões no ano fiscal de 2014 (de junho de 2014 a junho de 2015 – último período fiscal a permitir comparação direta entre os números das redes avaliadas), representando um crescimento de 4,3% em relação a 2013, cujo aumento havia sido de 4,1%. Os dados são do estudo “Global Powers of Retailing 2016: Navegando a nova divisão digital”, da Deloitte, realizado em conjunto com a STORES Media. Este é um sinal positivo para a indústria de varejo que, há não muito tempo atrás, registrou queda de receita em 2011. No entanto, o resultado varia de acordo com a região onde a empresa atua. Varejistas na América do Norte e da África/ Oriente Médio obtiveram incremento de receita em 2014, enquanto as da Ásia, da Europa e da América Latina registraram queda contínua dos números.

“O crescimento econômico mais lento em vários mercados, a inflação mais baixa, a queda dos preços do petróleo e o fortalecimento do dólar dos Estados Unidos estão entre os fatores que geraram resultados distintos entre os varejistas de diferentes regiões”, explica Ira Kalish, economista-chefe global da Deloitte. “Para as companhias norte-americanas, a força do dólar significou o aumento do poder aquisitivo dos consumidores nacionais, fator influenciado também pelo crescimento econômico e pela diminuição das taxas de desemprego do país. A economia chinesa, por outro lado, retraiu-se consideravelmente durante este período, principalmente devido à queda das exportações e ao enfraquecimento dos investimentos locais. No entanto, os gastos do consumidor cresceram bastante, embora o setor de luxo tenha vacilado”, complementa.

O desempenho total também foi desigual entre as regiões geográficas, mas em geral foi ruim. O relatório indica que os 250 maiores varejistas registraram uma margem de lucro líquido de 2,8% em 2014 em comparação a 3,4% em 2013.

O impacto da tecnologia digital
O estudo “Global Powers of Retailing 2016” também destaca o impacto da tecnologia sobre as compras nas lojas físicas, indicando a crescente conectividade digital dos compradores. O comportamento digital e a expectativa dos consumidores estão evoluindo mais rápido do que os varejistas se mostram capazes de atender tais demandas, diz o relatório, criando uma “ruptura digital”. Com isso, três tendências importantes são identificadas:

· Não há um caminho único para a adoção digital. Enquanto todos os mercados estão se movendo em direção à adoção digital generalizada, alguns estão seguindo caminhos um pouco diferentes. Alguns mercados emergentes, por exemplo, estão pulando – totalmente – etapas de adoção anteriormente vivenciadas pelos mercados desenvolvidos.

· Um “formato” digital não atende a todos os clientes. O comportamento digital varia de acordo com fatores demográficos, como idade e renda, e também com o tipo de produto que está sendo procurado.

· Os consumidores estão exigindo melhores ferramentas digitais. As ferramentas e os canais digitais podem estender o alcance de um varejista e aumentar sua receita, porém os clientes estão se sentindo insatisfeitos e carentes com as atuais ofertas digitais disponibilizadas por grande parte dos varejistas.

“Atualmente, há uma diferença entre o que os consumidores esperam e o que os varejistas estão entregando em termos da evolução do desejo do consumidor em incorporar o mundo digital a sua experiência de compra na loja”, diz Vicky Eng, líder global do setor de varejo da Deloitte. “Alguns varejistas subestimam a influência digital, enquanto outros reconhecem a real oportunidade de capitalizar sobre essa ruptura digital”, finaliza Vicky Eng.

A lista dos 10 maiores varejistas do mundo

Ranking em receitas* Nome da empresa País de origem Receitas*
(em US$ milhões)
1 Wal-Mart Stores Inc. EUA 485,651
2 Costco Wholesale Corporation EUA 112,640
3 The Kroger Co. EUA 108,465
4 Schwarz Unternehmens Treuhand KG Alemanha 102,694**
5 Tesco PLC EUA 99,713
6 Carrefour S.A. França 98,497
7 Aldi Einkauf GmbH & Co. oHG Alemanha 86,470**
8 Metro AG Alemanha 85,570
9 The Home Depot Inc. EUA 83,176
10 Walgreen Co. (now Walgreens Boots Alliance Inc.) EUA 76,392
Top 10     1.339.269
Top 250     4.48

* Base: ano fiscal de 2014/ ** Estimado

Brasileiras no ranking das 250 maiores varejistas do mundo
No ranking dos 250 maiores varejistas mundiais estão incluídas duas empresas brasileiras: a Lojas Americanas, que ocupa o 143º lugar, e a Magazine Luiza, em 217º. A segunda companhia, por sinal, destaca-se por ter subido 30 posições na pesquisa em relação à 2014, primeira vez que apareceu no ranking.

“Apesar do momento econômico desfavorável, as varejistas brasileiras conseguiram assegurar sua presença no levantamento global e ainda melhorar seu desempenho na avaliação em relação ao ano anterior. Isso nos deixa muito otimistas”, afirma Reynaldo Saad, líder da Deloitte para a indústria de varejo e bens de consumo.

Ranking em receitas* Nome da empresa País de origem Receitas*
(em US$ milhões)
143 Lojas Americanas Brasil 6,899
217 Magazine Luiza Brasil 4,165

* Base: ano fiscal de 2014