Com o crescimento recorde do e-commerce durante a pandemia (em 2020 houve um aumento de 70% nas vendas em comparação com o ano anterior, de acordo com pesquisa da Ebit/Nielsen, feita em parceria com a Elo), a grande preocupação das lojas online ganhou nome e sobrenome: frete e tempo de espera para o recebimento da encomenda.
Quem faz a compra quer pagar o menor frete possível e, claro, receber seu produto o quanto antes. E fazer esses dois malabarismos de acordo com o gosto do freguês se tornou a nova missão dos e-commerces, haja vista que os produtos normalmente percorrem um longo caminho até chegar ao destino: a compra sai do Centro de Distribuição (que são grandes galpões em locais mais afastados das áreas centrais) e, literalmente, viajam pela estrada até o cliente.
Para contornar esse problema do longo trajeto, que gera demora na entrega do produto e, consequentemente, frete maior, as dark stores surgem como a solução perfeita. Em tradução literal, dark store significa “loja escura”, que são espaços dedicados ao armazenamento, separação e envio de produtos comercializados de forma online.
Na prática, uma dark store é o sonho do empreendedor e do cliente realizado, já que podem ser consideradas como mini centros de distribuição, com uma grande diferença: são localizadas nos grandes centros urbanos, facilitando a vida da empresa com a diminuição do custo do frete, agilidade na entrega e maior possibilidade de sair à frente da concorrência.
Naturalmente, como o espaço é reduzido, o estoque precisa ser bem selecionado. Como, por meio das tecnologias digitais e ferramentas de análise de dados, como a curva abc de estoque, é possível ter algum conhecimento dos hábitos dos consumidores da região, estabelecendo-se certo padrão, a composição do mix de produtos de uma dark store pode ser bem assertiva.
Benefícios do investimento
De acordo com Raphael Alexandre Santos, diretor da Omni Envios, um dos grandes benefícios das dark stores é que elas são opções para empresas de diferentes portes e ramos de atividade “A ideia de ter uma dark store se potencializou devido ao cenário de pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento de muitas lojas físicas e estimulou o crescimento de e-commerce, por isso é uma opção com baixo custo e bons resultados”, afirma o empresário.
O que faz uma dark store ser ainda mais interessante é seu modelo de infraestrutura. Basicamente, elas se parecem com uma loja comum, mas não são abertas ao público. Entretanto, em algumas delas, ainda existe a possibilidade de o consumidor fazer a retirada de sua compra no local, mas ele recebe o produto já embalado, sem adentrar no recinto.
A seguir, confira as cinco principais vantagens de investir em uma dark store, segundo Santos:
- Mesmo não sendo abertas para receberem clientes, as dark stores têm layout idêntico aos das lojas tradicionais, o que ajuda muito na dinâmica e rapidez na separação do pedido para prepará-lo para envio ou coleta;
- Outra vantagem é que estão localizadas em centros urbanos e com maior densidade de população, o que diminui a distância entre o produto e o consumidor;
- Com isso, os lojistas podem oferecer as tão desejadas entregas same day delivery e next day delivery (entregas no mesmo dia ou no dia seguinte);
- O bom controle de estoque garante o processamento dos pedidos de maneira rápida e precisa, o que ajuda muito no planejamento logístico minucioso;
- Uma dark store exige menos investimento, principalmente no que tange à infraestrutura. Itens como decoração, adequações, implantação e operacionalização podem ser resolvidos a baixo custo.
Além disso, as dark store são mais uma possibilidade estratégica de aplicação do ominichannel, que integra canais de venda e comunicação com o cliente, com foco na sua percepção, e possibilita maior fluidez ao processo de compra.
Santos explica que as empresas que querem investir em uma dark store precisam estar atentas com necessidade de adequação de processos, automação e acompanhamento dos desejos dos clientes, para que, assim, seja explorado todo o potencial que elas têm para oferecer. E, para isso, elas podem contar com os serviços da Omni Envios. “Em um futuro contexto de ‘novo normal’, como os clientes experimentaram as comodidades de fazer suas compras on-line, é muito provável que o modelo lançado pelos e-commerce permaneça, se aprimore e, principalmente, se expanda”, afirma o executivo.
“Nós orientamos nosso cliente a cada passo na implementação de uma dark store, pensando sempre na inteligência logística e na redução dos custos para as empresas”, conta Santos. O investimento, ele garante, vale a pena. Tanto, que empresas como Rappi, Marisa e Drogaria São Paulo no Brasil já incorporaram esses modelos de armazenamento em suas redes.
Porém, Raphael alerta que um fator importante que deve ser levado em consideração na estratégia da marca é a quantidade de lojas físicas que o e-commerce possui. “Marcas que possuem muitas lojas físicas, por exemplo, talvez devam considerar o Mini Hub – minicentros de distribuição e que ficam dentro de lojas físicas. Os mini hubs geram uma melhor experiência para o consumidor que deseja retirar o produto no local. Mas, é claro, para isso é preciso considerar o espaço disponível”, completa o executivo.
Leia também: Cerca de 40 milhões de pessoas no Brasil fizeram 1ª transferência com Pix, diz BC