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Consumo Fora do Lar (OOH) no mundo ainda não atinge nível pré-pandemia, mostra Kantar

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista e editor do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Por todo o mundo, à medida que as restrições vão acabando e a confiança dos consumidores cresce, os hábitos de consumo vão gradualmente retornando ao que eram antes da pandemia de Covid-19. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. De acordo com novo relatório Barômetro OOH da Kantar, as categorias que mais vêm se beneficiando com o retorno das pessoas às ruas são lanches e bebidas não alcoólicas fora do lar (OOH), que começam a mostrar rápida recuperação.

Imagem de um gráfico

Globalmente, as vendas em valor fora do lar aumentaram pelo terceiro trimestre consecutivo no 4º trimestre de 2021. Neste caso, houve incremento de 19% em comparação com uma queda de 25% no mesmo período em 2020. Isso impulsionou o valor de mercado total dentro e fora do lar em 6% ano a ano, com as maiores contribuições (quase ¾) vindas do Reino Unido, Espanha, China e França.

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Apesar do cenário geral positivo, ao observar a evolução dos gastos OOH nessas categorias ao longo dos três últimos anos, percebe-se que ela ainda é 10% menor do que era no quarto trimestre de 2019. E mesmo que a proporção do valor total das vendas de OOH tenha aumentado de 30% para 34%, na comparação entre os quartos trimestres de 2020 e 2021, não atingiu o nível pré-pandêmico de 39%.

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Bom desempenho de refrigerantes e lanches no último ano

O desempenho de bebidas consumidas fora do lar foi melhor do que o de lanches, com crescimento de 22% e 14%, respectivamente, em 2021, no comparativo com 2020. A recuperação tem sido mais rápida nas categorias mais dependentes das ocasiões fora de casa, como bebidas não alcoólicas, café e sorvetes, que mais sofreram durante o isolamento social. Isso ocorre principalmente por não conseguirem reproduzir os momentos de consumo fora do lar dentro de casa, como fizeram, com sucesso, chocolates e salgadinhos.

As vendas com refrigerantes em ocasiões fora do lar contribuíram com 49% do total do valor de mercado In&Out (versus 42% no 4º trimestre de 2020), mas ainda abaixo dos 57% que representavam em 2019. Enquanto isso, apesar de não terem voltado aos níveis pré-pandemia, as categorias café e sorvete estão crescendo.

Desempenho do Fora do Lar no Brasil

No Brasil, o mais recente estudo Consumer Insights 2021 mostra que o consumo de alimentos e bebidas fora de casa caiu 7 pontos percentuais nos últimos três anos — em 2019, fora do lar representava 47% do consumo total brasileiro, e em 2021 chegou a 40%. Vale ressaltar, no entanto, que no 4º trimestre de 2021 a venda em unidades de alimentos e bebidas fora do lar alcançou seu melhor patamar desde o 2º trimestre de 2020.

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São Paulo e Rio de Janeiro foram as regiões mais impactadas por essas medidas. Entretanto, já apresentam um cenário de retomada visto a partir do segundo semestre de 2021. Enquanto isso, cidades do Nordeste e do Sul já retornaram aos patamares pré-pandemia.

Com a inflação acima de 10%, nem o repasse de preços e nem o aumento do número de compradores (+2,1%) foi suficiente para frear a queda em valor do consumo fora de casa no Brasil, que ficou estável em -0,5% entre 2020 e 2021.

Busca por sabor

No curto prazo, a busca por sabor é a principal responsável pela retomada do consumo fora de casa, tendência que vem impulsionando as categorias de indulgência em momentos de socialização. O consumo de balas e gomas, por exemplo, cresceu 1,9% em 2021 na comparação com 2020. Sorvetes (+1,8%), bolos (+0,8%), biscoitos (+0,8%) e hambúrgueres (+0,5%) também aparecem entre os itens mais procurados pelos brasileiros fora do lar.

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O estudo indica que incentivar a retomada da frequência de compras fora do lar (que caiu 9,5% nesse mesmo período) pode ser a melhor estratégia para alavancar os resultados em 2022, e retornar a números semelhantes aos do período anterior à Covid-19.

O relatório Barômetro contemplou entrevistados de 8 países – Reino Unido, França, Espanha, Portugal, China, Tailândia, México e Brasil. Por aqui, a amostra contou com 2.370 indivíduos de sete regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife.