Logo E-Commerce Brasil

48% dos consumidores deixariam de comprar se descobrissem que loja já sofreu um ataque cibernético

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Nos últimos meses, diversas empresas sofreram algum tipo de ataque cibernético. Além do prejuízo causado pela interrupção dos serviços e a recuperação dos dados, estas empresas podem ser vistas como não tão confiáveis pelos clientes, segundo pesquisa encomendada pela Zoho, empresa de tecnologia global.

O levantamento foi feito através da plataforma Toluna com 1.000 brasileiros questionando sobre a segurança dos dados online. Na pesquisa, 48% dos entrevistados afirmaram que deixariam de comprar em uma empresa se descobrissem que o site já sofreu ataques cibernéticos.

Em agosto de 2021, uma loja de departamentos sofreu um ataque cibernético em parte de seus sistemas e operações, forçando a empresa a suspender suas atividades online. O e-commerce da marca no site e no aplicativo ficou indisponível e os clientes não puderam realizar suas compras.

Além da loja de departamentos, outras empresas também foram alvo de ciberataques em 2021, como uma companhia que opera no processamento de carnes, que foi alvo de um ataque e resolveu pagar 11 milhões de dólares de resgate aos hackers, em junho deste ano.

Outro caso recente envolveu o Ministério da Economia, que teve a rede interna da Secretaria do Tesouro Nacional invadida por um ataque de ransomware, um vírus que impede o acesso às informações armazenadas no sistema da empresa. O objetivo dos hackers é forçar o pagamento para recuperação do acesso aos dados.

“Com esse resultado, podemos analisar que o consumidor está preocupado com a forma que as empresas lidam com seus dados pessoais. Se antes era comum que os consumidores fornecessem dados, agora eles estão mais cautelosos sobre as informações que compartilham”, diz Jonathan Melo, diretor de marketing da Zoho Brasil.

Falta de segurança com dados

O estudo também questionou os respondentes sobre a relação que eles mantêm com as lojas ao realizar compras por meio digital. 65% dos respondentes afirmaram que têm medo de fornecer seus dados pessoais ao realizar uma compra online.

Já 72% afirmaram que evitam fazer negócios com lojas virtuais que não tenham domínio de email próprio. Entre os respondentes, 39% disseram que confiam mais em comprar no aplicativo da loja do que no site.

“As preocupações dos consumidores são válidas, ainda mais quando vemos a quantidade de ciberataques que as empresas estão tendo que lidar. A solução é investir mais em tecnologia e segurança de ponta, especialmente por lidarem com dados sensíveis de clientes. O avanço que o e-commerce teve durante a pandemia pode acabar sendo afetado caso os ataques cibernéticos continuem afetando as grandes empresas”, avalia o diretor de marketing.

A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 7 e 13 de julho de 2021, com 1.000 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. O estudo foi feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança.

Leia também: Amazon vai começar a oferecer seguro para clientes de empresas no Reino Unido, diz corretora