Dos camelôs direto para a vitrine mundial da internet, os produtos à venda em sites chineses se destacam pelos preços baixos, pela variedade e, pasmem, pela qualidade.
Quem nunca teve um produto com o selo de qualidade “Made in China”, que atire o primeiro celular pirata, o primeiro controle remoto de vídeo game, o primeiro guarda-chuva, o primeiro boneco do Power Rangers, ou o que tiver ao alcance das mãos. Dos camelôs e “lojinhas de 1,99”, a infinidade de produtos chineses migrou para a vitrine mundial da internet e é uma febre entre os e-consumidores maringaenses.
“Existem muitos sites confiáveis, a variedade de produtos é imensa e os preços são patéticos, de tão baratos. Já cheguei a pagar R$ 30 em um jogo que aqui custava R$ 200. O truque é comprar e esquecer que comprou, porque não dá para contar com prazo de entrega deles”, explica. Molina contou que já recebeu produtos em 12 dias, como também após dois meses e ainda com defeito. Ele recomenda guardar arquivos que comprovam o pagamento em caso de reclamações.
O que o produto chinês tem?
Na China, a taxa de câmbio é baixa, o custo de produção é baixo, a remuneração é baixa. Por lá, longas são só as jornadas de trabalho. Esses fatores, conforme aponta a doutora em economia e professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Eliane de Araújo Sbardellati, sempre foram determinantes para que os produtos chineses fossem caracterizados pela abundância, variedade e baixos preços.
A fim de ampliar a competitividade, recentemente os chineses arregalaram os olhos para outro foco: a qualidade dos produtos. “Visando dominar outros setores produtivos, a China estabeleceu 2011 como o “Ano do Reforço à Qualidade das Mercadorias Exportadas”, e começou a adotar medidas para aumentar a qualidade dos seus produtos”, apontou a economista. Segundo Eliane, todos esses atrativos, somados à facilidade das compras pela internet, popularizaram ainda mais as compras dos famosos “ching lings”.
Popularização do e-commerce
Suyane indicou os sites para Thais, que indicou para a amiga Eliane, que já indicou para outras amigas. Assim, o “negócio da china” se multiplica pelo mundo. De acordo com o eMarketer, instituto especializado em pesquisas de mercado, o e-commerce mundial fechará este ano com cerca de 1,3 bilhão de e-consumidores, sendo que 44% estarão localizados na região Ásia-Pacífico. A China concentrará a maior parte deles, com 269,4 milhões. Para 2018, a previsão da PayPal, líder mundial de pagamentos online, é que as operações de compra e venda on-line entre Brasil, China, Austrália, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos irão alavancar de US$ 105 bilhões em 2013 para US$ 307 bilhões.
Por: Karen Faccin – Gazeta Maringá