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Chocolate Lugano: como dobrar número de franquias em um ano sem Páscoa

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Em abril deste ano, a Chocolate Lugano, uma das maiores fábricas de chocolate do Brasil, se viu no meio de um impasse: toneladas de chocolate produzidas para a Páscoa que não podiam ser vendidas nas lojas físicas devido ao fechamento dos comércios em meio à pandemia de coronavírus.

O Mundo do Chocolate, parque da marca, também foi fechado no período, o que contribuiu para o prejuízo da empresa. Inaugurado em 2015, o espaço é o primeiro e único parque de chocolate das Américas, com mais de 200 peças esculpidas em chocolate maciço, distribuídos em 3 mil m².

Diante deste problema, a empresa, fundada em 1976 em Gramado (RS), conseguiu se reinventar e terminou com o dobro de franquias. Augusto Schwingel Luz, CEO da Chocolate Lugano, revelou algumas estratégias adotadas para reverter o problema durante a Conferência E-Commerce Brasil RS, na tarde de quarta-feira (9).

Augusto Schwingel Luz, CEO da Chocolate Lugano, e Augusto Rocha, VP Sales & Marketing da Pmweb

“Estávamos com toneladas de chocolate para ser vendido. Nas vésperas da Páscoa, não tínhamos nenhum dinheiro porque todo o dinheiro foi usado para fazer chocolate, e assim vender em uma data específica. Porém, quando estourou a pandemia, ficamos sem dinheiro e perspectiva. Com a produção de álcool gel conseguimos salvar alguns empregos”, relembra Luz.

Páscoa sem chocolate

Segundo Luz, impossibilitada de vender chocolate, a empresa decidiu utilizar as instalações da fábrica para produzir álcool em gel. Parte da produção foi doada para instituições e outra parte foi vendida, inclusive para outros estados, gerando algum lucro.

O e-commerce da loja foi lançado de forma bem simples pouco tempo depois, o que ajudou a salvar parte da Páscoa da Lugano. Porém, o que foi realmente crucial na recuperação da empresa foram as vendas de franquias, explica o executivo.

“A partir de abril, estourou a venda de franquias. Na época, tínhamos 25 lojas e assinamos 29 novos contratos de franquia. Arrisco a dizer que fomos umas das franqueadoras que mais assinaram contratos nesse período”, afirma.

De acordo com Luz, o principal ponto de captação de leads da marca eram as lojas. “Gramado recebe pessoas do Brasil inteiro e do exterior. Eu falo que a loja é um pedacinho de Gramado, e esses clientes se encantam e querem levar esse pedaço para outros lugares”. Porém, com a cidade fechada, ninguém podia ir à cidade, mas seguiram vendendo online.

“Iniciamos os contatos nas visitas e, depois de reuniões remotas, fechamos os contratos. 100% dessas novas franquias foram capacitação de lead de forma online, sobretudo no Instagram”, revela.

Planos a longo prazo

“A Páscoa foi boa para os setores de supermercado, que continuaram abertos, mas para o varejo tradicional foi totalmente perdida. Tivemos todas as lojas franqueadas fechadas por pelo menos 45 dias”, relembra.

Intensificar a venda de franquias foi uma forma de reinventar, mas esse tipo de negócio não ajuda no caixa da empresa no primeiro momento, pois a marca só recebe a taxa de franquia, segundo o executivo. “É uma colheita a longo prazo. A maior parte das franquias deve abrir entre janeiro e março. Na Páscoa, devemos ter entre 50 e 55 lojas operando em todo o Brasil. A expectativa é de que até o final de 2021 sejam 100 lojas abertas”, aposta Luz.

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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil