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China: plataformas precisam reduzir taxas de serviço para restaurantes

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

Em vista de equilibrar as contas com o crescimento de aplicativos de entrega de alimentos, autoridades da China informaram a necessidade das plataformas, nos próximos meses, reduzirem as taxas de serviço cobradas aos restaurantes. A ideia é que diminuir os custos operacionais destes estabelecimentos.

A proposta partiu diretamente da Comissão de Desenvolvimento e Reforma da China, que comanda o planejamento de ações do país. De acordo com a entidade, a medida é parte da estratégia para auxiliar mercados da indústria de serviços que ainda estão em recuperação.

A esperança é que a nova regra para a taxação dos restaurantes e comércios de alimentos e bebidas melhore, a longo prazo, o faturamento do segmento. Outro ponto também abordado, mas sem muita proximidade, é o constante estresse colocado sobre os trabalhadores envolvidos.

Empresas impactadas na China

De imediato, a notícia fez com que a Meituan perdesse R$ 25 bilhões em valor de mercado, ocasionado pela queda de 15% nas ações. A Alibaba, que opera a concorrente Ele.me, teve retração de 4% na bolsa de valores.

No caso da primeira, 60% da receita para o terceiro trimestre de 2021 veio das taxas pagas pelos empreendimentos que utilizam a plataforma de distribuição. Já no caso da segunda, comprada em 2018 pela gigante Alibaba, o crescimento no setor de alimentos e bebidas é exponencial.

Com as novas imposições do governo chinês, fica o desafio — ou dilema — de manter a rentabilidade do negócio e o bem-estar dos trabalhadores e empresas parceiras.

Cenário no Brasil

Com a saída da Uber Eats do mercado brasileiro de entregas, a preocupação dos restaurantes e consumidores é que as taxas subam nos apps concorrentes, iFood e Rappi.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) afirmam que associados têm relatado aumento das cobranças dos apps, segundo informação da Folha de S.Paulo. Segundo pesquisa, 22% dos resftaurantes já trabalham exclusivamente com o delivery como canal de venda.

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Fonte: Tech Crunch