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China pede que gigantes digitais realizem "exames aprofundados" sobre práticas

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

As autoridades da China convocaram várias empresas, incluindo as gigantes da internet Alibaba, Tencent e Didi, na sexta-feira (30) para uma chamada à ordem sobre suas práticas, em um momento em que Pequim aperta as restrições no setor.

As empresas foram convidadas a “realizar exames aprofundados” sobre os obstáculos à concorrência, segurança dos dados pessoais e o respeito pelos direitos dos usuários, anunciou o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT).

Elas devem “levar isso a sério” e adotar medidas, alertou.

O Alibaba está entre as gigantes varejistas convocadas pelas autoridades chinesas

Há meses as autoridades se mostram intransigentes com essas questões e diversos pesos-pesados do setor enfrentam problemas por práticas até então toleradas e generalizadas.

Além do Alibaba, Tencent e ByteDance (empresa matriz do TikTok), o “Uber chinês”, Didi, está entre as empresas convocadas.

A Didi já está sob investigação por coletar dados privados. O procedimento foi lançado depois que ele entrou em Wall Street, uma decisão que não agradou Pequim.

Em março, o regulador convocou grandes nomes da tecnologia para abordas questões da segurança online.

As empresas digitais chinesas há muito se beneficiam de uma legislação relativamente frouxa, especialmente quando se trata de dados. E a ausência de concorrentes estrangeiros permitiu o surgimento de gigantes locais.

O comércio eletrônico Alibaba foi o primeiro a sofrer retaliação e foi condenado a uma multa de 2,3 bilhões de euros (US$ 2,7 bilhões) por obstrução da concorrência.

Desde então, as autoridades estenderam sua campanha para endurecer as regulamentações para outros setores.

Em um contexto de rivalidade com Washington, a China também considera apertar as condições para que suas empresas sejam listadas no exterior. Para isso, devem primeiro ser irrepreensíveis em termos de cibersegurança, segundo uma série de diretrizes ainda incompletas.

Na sexta-feira, o Bureau Político, o órgão máximo do Partido Comunista, insistiu na necessidade de “melhorar a regulamentação”, relatou a televisão pública CCTV.

Leia também: Como a Didi navegou por reguladores até ser enquadrada por Pequim

Fonte: AFP, via Swissinfo