O modelo de Compras Coletivas desembarcou no Brasil no ano passado e obteve um sucesso instantâneo – em menos de um ano já existiam milhares de empresas do ramo atuando no mercado. Entre os fatores que incrementam essa demanda está o fato de o comércio eletrônico no país vir crescendo em função do aumento do acesso da classe C à internet.
Além disso, os planos de dados mais flexíveis com preços reduzidos e a elevação da renda média permitem que uma parcela da população muito mais sensível a preços possa, de fato, consumir via Internet. O Brasil ainda é bastante atraente em função do elevado número de cidades – comparando com outros mercados emergentes da América Latina.
Entretanto, de acordo com um estudo realizado pela Frost & Sullivan sobre compras coletivas, esse ainda é um mercado incipiente no Brasil. Em termos de penetração de usuários com acesso à internet, os três maiores competidores (Peixe Urbano, GroupOn e Click On) lideram com folga o mercado, que se tornou altamente pulverizado com a entrada de inúmeros competidores.
Contudo, o vertiginoso aumento do número de competidores abriu espaço para uma série de tendências derivadas do conceito de Compras Coletivas, tais como a criação dos chamados agregadores, que concentram as ofertas de diversos sites em uma só plataforma, a segmentação de ofertas em um único mercado, como viagens e moda, e sites que revendem cupons que já foram adquiridos.
A mesma conclusão a respeito da imaturidade do mercado também pode ser identificada com relação ao usuário final destas plataformas. Apesar do nível de adoção por parte da população com acesso à internet ser relativamente alto, o grau de interação dos usuários com as plataformas ainda é baixo.
Embora 70,4% dos entrevistados terem afirmado possuir contas em diversos sites de compras coletivas, a grande maioria realiza um número reduzido de compras mensalmente (43,9% afirmaram que não costumam realizar compras) e o valor mensal médio gasto nos sites também é baixo.
O levantamento constata ainda que o nível de satisfação com os serviços é geralmente alto e dentre os principais pontos de melhoria citados estão o número reduzido de ofertas em cada site e a baixa qualidade dos anúncios, que nem sempre explicam com clareza os detalhes da oferta.
“A expectativa para os próximos anos é que haja uma consolidação do mercado, além de um nível maior de maturidade tanto por parte das empresas quanto por parte dos hábitos de consumo dos usuários”, comenta Fernando Belfort, analista sênior da Frost & Sullivan.
Com base nesse panorama, os grandes competidores já estão se preparando através de parcerias estratégicas: o Peixe Urbano recentemente firmou um acordo com o Yahoo! para a criação do Yahoo! Ofertas, o GroupOn se aliou a Visa para oferecer benefícios e facilidades de pagamento e o Click On recebeu altos investimentos do grupo Globo e tem se utilizado da mídia televisiva para divulgar seus produtos.
Outras iniciativas incluem alta interação com redes sociais e desenvolvimento de aplicativos móveis para que o usuário possa realizar compras diretamente por meio de seu smartphone.
Com informações de Convergência Digital