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1 em cada 4 brasileiros querem manter compras online diárias após a pandemia

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A Covid-19 mudou drasticamente o cenário das compras online no mundo inteiro, principalmente quando falamos sobre as chamadas compras recorrentes, como delivery de comida, supermercado, farmácia e mobilidade urbana. Com mais gente em casa, a digitalização se impôs a uma parcela gigantesca de varejistas. “A pandemia antecipou em, pelo menos, 5 anos a digitalização no Brasil, sendo que este último 1 ano e meio foi muito além das nossas expectativas”, Felipe Facchini, Head Geral de Negócios do PayPal Brasil.

A pesquisa “Consumo Online no Brasil” foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelo PayPal, em parceria com a Edelman, e revelou alguns insights sobre a nova forma como os brasileiros consomem. O levantamento foi feito em outubro com 1.000 pessoas, entre 18 e 55 anos em todas as regiões do país e de todas as classes sociais, que já tinham o hábito de comprar pela internet.

“Buscamos, neste levantamento, focar em gastos que fazemos com mais recorrência, como pedir comida em casa, chamar um carro por aplicativo, assinar streamings e pagar por games. Ou seja, são compras que estão totalmente integradas à nossa rotina, muito por causa da experiência fluida de tomada de decisão e pagamento”, explica Facchini.

O estudo descobriu, entre muitas outras coisas, que 1 em cada 4 brasileiros pretende continuar fazendo compras online diariamente após a pandemia – ou seja, gostaram da experiência e se manterão fiéis ao digital.

Antes de a crise sanitária começar, em março de 2020, cerca de 35% dos brasileiros faziam compras online diariamente ou semanalmente; já durante os 20 meses de pandemia, esse índice bateu em 57%; e os entrevistados pelo estudo acreditam que esse cenário não deve sofrer alterações no pós-pandemia. Cerca de 55% dos brasileiros dizem que continuarão comprando online quando a vida voltar ao normal.

Esses índices vão ao encontro das conclusões de um recente levantamento do PayPal que demonstrou o entusiasmo do consumidor brasileiro em usar cada vez menos dinheiro físico. “Os altos índices de adesão a compras online são um sintoma do anseio do consumidor por ter uma experiência de compra que elimine a burocracia da etapa de pagamento – exatamente o contrário do que o pagamento com dinheiro físico representa. Se pensarmos na experiência de checkout de um carro por aplicativo, o pagamento dispensa a ação do consumidor ou do motorista. E é isso que é tão libertador”, analisa Facchini.

Comprar online é mais fácil

A pesquisa revela que a maioria dos brasileiros e das brasileiras compra e paga online sempre que pode (84,5%), considera essa forma de pagamento fácil (98,3%), gosta da experiência (98,8%), acha que ela permite um maior controle de despesas (89,9%), se considera especialista na arte de comprar via internet (68,2%) e costuma planejar suas compras online (87,6%).

A pesquisa foi dividida em verticais, para melhor entender o cotidiano de compras online dos brasileiros. Em primeiro lugar na lista ficou “Alimentos e restaurantes”, com 87,9% dos entrevistados afirmando fazer compras online desse tipo; “Supermercados e farmácias” aparecem em segundo, com 72% de aderência; seguidos por “Entretenimento” (64,6%); “Transporte e mobilidade urbana”, com 56,2%; “Combustível” (34,3%); e “Games online”, com 31,4%.

De acordo com a pesquisa, 98,3% dos entrevistados dizem preferir fazer compras online porque elas são mais fáceis; e 98,8% admitem que gostam da experiência. Cerca de 87,5% afirmam que as compras online fazem parte de sua vida cotidiana; 84,5% explicam que passaram a fazer mais compras e pagamentos online durante a pandemia; e 68,2% se autodenominam experts em compras e pagamentos online.

“As pessoas não querem mais perder tempo com o que pode ser feito remoto ou online, mas percebemos que comportamento híbrido vai continuar principalmente no que diz respeito às experiências, como sair para comer com os amigos ou passear no shopping. As pessoas vão começar a fazer a troca, mas pequena, continuando com o comportamento online bem forte”, afirma Tais Pinheiro, diretora de planejamento e criação da Edelman.

Segundo a pesquisa, 91% dos brasileiros e brasileiras compram online “sempre” ou “normalmente” via smartphone. Cerca de 58% preferem laptops; e 54%, desktops. Antes da pandemia, 15,4% das pessoas faziam compras online diariamente; e 19,7%, semanalmente. Durante a pandemia, 22,3% das pessoas faziam compras online diariamente; e 34,4%, semanalmente. No pós-pandemia, 23,5% dos brasileiros e brasileiras pesquisados afirmaram que continuarão fazendo compras online diárias; e 32%, semanalmente.

Meios de pagamento

O estudo mostra que os homens lideram os pagamentos com cartão de crédito (80,2%) e carteiras digitais (47,2%); já as mulheres lideram nas opções cartão de débito (59,4%) e Pix (51,8%).

Cartões de crédito e débito são os métodos mais frequentes de pagamento online independentemente de idade ou sexo. Já o índice de uso do Pix diminui de acordo com a idade – conforme a idade aumenta, menos o comprador usa a plataforma do Banco Central. Faz sentido, portanto, que a faixa etária entre 25 e 34 anos seja a que mais usa carteiras digitais no país, segundo o PayPal.

Quase 83% dos entrevistados que têm carteiras digitais dizem utilizá-las com muita frequência para fazer pagamentos online e via aplicativos. Mulheres (41,7%) e usuários entre 25 e 44 anos (44,9%) tendem a usar carteiras digitais com mais frequência.

As vantagens mais importantes para o uso de carteiras digitais são “Segurança contra roubo e fraude” e “Rapidez, facilidade e comodidade”, ambas com 58,6% das respostas – sendo que este segundo item é importante para 64,3% das mulheres.

Quando o assunto é segurança, o levantamento descobriu que 78,2% das pessoas se dizem preocupadas quando compram ou pagam contas de forma virtual; mas 70% dos pesquisados garantem que não vão diminuir suas compras online quando a pandemia terminar.

Diferentemente do que se pode imaginar, a maioria dos pesquisados afirma que a compra online facilita o controle das despesas diárias – e faz questão de ressaltar que suas compras são planejadas, não por impulso. No entanto, os consumidores mais jovens têm menos controle sobre suas despesas online e tendem a comprar com mais frequência por impulso quando comparados aos consumidores mais experientes.

Compras cotidianas

Os apps de delivery são os mais usados nas verticais de “Alimentos e restaurantes” (93,7% dos pedidos) e “Supermercados e farmácias” (73,3%); já as plataformas de streaming de vídeo são os principais meios de pagamento da vertical de “Entretenimento”, com 94,6% das citações.

Uma vertical que aparece na pesquisa é a de compra online de combustíveis. Segundo o estudo, 34,3% dos brasileiros e brasileiras entrevistados afirmam usar métodos digitais para abastecer seus veículos. Dentro deste universo, 39% usam carteiras digitais (via aplicativo). E 9 entre 10 deles afirmam que continuarão pagando nesta modalidade no pós-pandemia.

Cerca de 44% dos pesquisados dizem fazer compras online semanalmente na vertical de “Alimentos e Restaurantes”, e 34% têm o mesmo padrão de consumo na vertical “Supermercado e farmácia”. Entre outros motivos, brasileiros e brasileiras destacam a comodidade da experiência e a economia de tempo para optar por esses canais de compra. Além disso, a maioria declara que continuará comprando esses produtos online quando a pandemia acabar.

Em terceiro lugar estão “Promoções, benefícios e recompensas exclusivas” (43,5%). Na sequência vêm o controle maior sobre as finanças, com 40,8%; a possibilidade de pagar a prazo (39,4%); o atendimento ao cliente (30,6%); e a facilidade de comprar produtos internacionais, com 27,5%.

De acordo com a Edelman, a maioria das compras online mudou de mensal para semanal ou quinzenal durante a pandemia, embora variem de acordo com a vertical.

Já as verticais de “Alimentos e restaurantes” e de “Supermercados e farmácias” foram as que apresentaram maior crescimento no período. E, embora a maioria das categorias pesquisadas demonstre ligeira diminuição em sua frequência de compras online, elas manterão níveis muito mais elevados do que no pré-Covid.

Outro ponto revelado na pesquisa é a satisfação de brasileiros e brasileiras com a experiência de comprar online. Em sua maioria, eles e elas preferem o ambiente digital ao ambiente físico – o que sugere que o futuro das compras passará pelo omnichannel e terá, cada vez mais, a participação de todos os meios digitais, com ênfase nas redes sociais.

No que diz respeito ao futuro das compras online, a pesquisa destaca que brasileiros e brasileiras têm a intenção de incluir, nos próximos cinco anos, ainda mais produtos e serviços em seu cotidiano – como água e luz, entretenimento e educação. Entre as tecnologias mais citadas neste futuro próximo estão as carteiras digitais e os QR Codes.

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