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Boom de downloads: aplicativos de supermercados miram o pós-pandemia

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Sem a possibilidade de comparecer às lojas físicas, clientes de supermercados migraram para as plataformas digitais por conta do novo coronavírus. Os aplicativos do ramo se depararam com um boom no número de downloads e compras.

De acordo com levantamento da ACI Worldwide em maio, as transações de varejo global no comércio eletrônico tiveram alta de 81%, quando comparadas ao mesmo período de 2019. Enquanto a venda de produtos dos setores de esportes, utensílios domésticos e lazer lideram o ranking, outro tipo de nicho merece atenção: o de produtos essenciais.

O Shopper registrou mais de 55 mil cadastros em março, mês em que a pandemia foi anunciada no Brasil. Isso representou uma média de crescimento de 400% ao dia. O mesmo ocorreu com o app Supermercado Now.

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As fases da necessidade

As prateleiras vazias foram um dos efeitos colaterais do surto da Covid-19 no mundo. O medo da escassez fez com que produtos básicos de consumo desaparecessem dos estoques, e as “prateleiras virtuais” também sentiram o mesmo impacto.

Guilherme Aere, CEO do aplicativo HomeRefill, disse à reportagem que, nos primeiros dias da pandemia, os produtos de higiene básica nos supermercados foram os mais procurados — e de maneira exagerada —, porque as pessoas não sabiam quanto tempo teriam de ficar em quarentena. Produtos como álcool em gel, papel higiênico e lenços umedecidos foram as principais procuras.

Ele relembra que, no início, o HomeRefill chegou a receber um pedido de muitas unidades de papel higiênico, que lotariam um caminhão inteiro — mas que não chegou a ser contabilizado pela empresa. Desde então, o app registrou um crescimento de mais de 200% em novos pedidos.

Adaptações nos supermercados

Além de adaptar funções para o trabalho remoto e intensificar os protocolos de segurança e higienização nos postos de trabalho presenciais — principalmente para as equipes de logística e entregas —, as operações tiveram de ser reforçadas.

Para o Supermercado Now, a primeira semana da pandemia foi uma das mais desafiadoras. O aplicativo foi criado no final de 2015 com a missão de entregar produtos melhores — como itens frescos vendidos por unidade — de forma mais rápida, que possibilitasse aos clientes se organizar para receber as encomendas.

Para privilegiar os grupos de risco, logo nos primeiros dias, os horários de entrega mais rápidos e convenientes foram disponibilizados àqueles que, de acordo com os dados cadastrais, tinham mais de 60 anos.

Para conseguir atender à demanda crescente, o Supermercado Now ampliou a rede de empresas parceiras e aumentou o roadmap de produtos para atender ao volume de adesões. Além disso, os times de atendimento, suporte e logística ganharam mais membros. O mesmo aconteceu com o Shopper. A empresa abriu mais de 200 vagas em vinte posições diferentes. O novo time de logística passou a trabalhar 24h.

Um dos desafios para o HomeRefill foi lidar com as fraudes. Segundo a empresa, a análise dos pedidos nos supermercados foi reforçada para evitar a aprovação de compras com cartões de crédito fraudados e de pedidos com quantidades fora dos padrões.

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As informações são da Pequenas Empresas & Grandes Negócios